O empresário venezuelano Ricardo Alberto Albacete Vidal, vinculado à líder opositora María Corina Machado, foi detido por uma suposta tentativa de atacar o serviço elétrico e “desestabilizar” as eleições presidenciais de 28 de julho, anunciou o procurador-geral Tarek William Saab nesta sexta-feira (12).

O partido de Machado, Vamos Venezuela, denunciou a prisão de Albacete Vidal e a classificou como “perseguição política”. Ele foi acusado de sabotagem ao sistema elétrico junto com outro homem.

Albacete Vidal, proprietário de uma empresa de metalurgia no estado de Táchira (sudoeste, na fronteira com a Colômbia), hospedou Machado há duas semanas em uma de suas propriedades na cidade de San Cristóbal, onde a dirigente teve compromissos eleitorais.

Segundo Saab, os dois detidos tinham um plano de “ações contra o sistema elétrico”. “Tentavam desestabilizar as eleições presidenciais”, disse.

O ex-deputado e defensor de direitos humanos Walter Márquez detalhou que Albacete Vidal foi detido em Caracas, para onde havia viajado para consertar um veículo da campanha eleitoral da oposição.

“Invadiram sua residência em Palmira, município de Guasimos, e levaram detidos os trabalhadores”, denunciou Márquez em entrevista coletiva nesta sexta.

O procurador-geral argumentou que, durante as diligências, descobriu-se que os dois detidos “tinham em seu poder grande quantidade de material estratégico” que havia sido “roubado” da empresa estatal de eletricidade Corpoelec.

O governo da Venezuela garante que a oposição planeja desestabilizar as eleições e atentar contra a vida do presidente Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013 e busca um terceiro mandato que o permitiria governar até 2031.

Machado, vencedora das primárias da oposição, foi inabilitada politicamente, mas continuou em campanha por todo o país para promover a candidatura do ex-embaixador Edmundo González Urrutia, seu substituto.

Na terça-feira, Maduro pediu 30 anos de prisão para quem atacasse o sistema elétrico. Nesta sexta, Saab disse que as penas poderiam variar de 20 a 25 anos de prisão.

Até meados de junho, Machado denunciou a prisão de dez ativistas de seu partido. As autoridades também ordenaram a detenção de seu braço direito, Magalli Meda, e de outros cinco colaboradores que estão refugiados na embaixada da Argentina em Caracas.