O Ministério Público da República Dominicana anunciou que acusará por “homicídio doloso”, o proprietário da Vidal Plast, empresa de plásticos que sofreu uma explosão em 14 de agosto, uma tragédia que deixou 37 mortos e 59 feridos na localidade de San Cristóbal.

“Estamos submetendo-o a uma medida coercitiva por um 319 (artigo do Código Penal), que é homicídio doloso por violação da lei de saúde e da lei ambiental”, disse José Guerrero, um dos procuradores à frente do caso.

O MP também “solicita um ano de prisão preventiva para o senhor Edward Vidal, e garantia e apresentação para sua esposa e filha”, afirmou Guerrero.

As autoridades dominicanas prenderam na quarta-feira (30) Vidal e Maribel Sandoval, proprietários da Vidal Plast, além da filha do casal, em uma operação realizada pela Polícia Nacional na casa da família em San Cristóbal (a 24 km de Santo Domingo), local da explosão.

Um relatório preliminar dos bombeiros, com data de 18 de agosto, vazado nesta semana, revelou que o epicentro da detonação foi a sede da empresa, que “continha acúmulos de gases e materiais inflamáveis, que com faíscas, ignição, calor ou fricção podem ter gerado a ativação a explosão”.

Os bombeiros destacaram que março foi registrado um relatório por geração de vapores na Vidal Plast, onde encontraram peróxido orgânico, um produto que requer armazenamento a temperaturas menores de 20ºC e que é altamente reativo a mudanças de temperatura, faíscas e umidade. Na época, a empresa recebeu uma ordem para a retirada do material.

A área comercial de San Cristóbal onde aconteceu a explosão, que destruiu quatro edifícios e danificou outros nove imóveis, estava sendo desocupada para a construção de um estacionamento municipal.

O MP informou que 15 corpos foram identificados e entregues às famílias. Os outros 22 cadáveres seguem em processo de identificação – alguns deles foram totalmente carbonizados.

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