Uma missão bem diferente do trabalho no ramo empresarial aguarda o catarinense Marcelo Vieira. Ele vai colaborar com o Papa Francisco, como Cônsul Honorário da Ordem de Malta, do Vaticano. A função é nobre, colaborar para resolver conflitos em qualquer parte do mundo, para que a humanidade tenha mais paz e harmonia.

Marcelo foi indicado por um amigo e já está atuando em uma missão internacional, embora ainda não tenha sido empossado pelo Vaticano, que não pode ser revelada, por enquanto. Fundador e sócio do grupo empresarial OWTs, que atua com tecnologia, seguradora e geração de energia, ele nasceu em Mafra, no Norte de SC, mas está radicado em Florianópolis desde os 15 anos.

“Um amigo identificou esse potencial em mim e disse que um dia que me apresentaria para o pessoal do Vaticano (estado que lidera a Igreja Católica no mundo) para atuar como cônsul deles. Ano passado eu estava em Roma com a minha esposa e encontramos esse amigo lá. Ele quis saber mais sobre minha história de vida. Contei que perdi meus pais cedo, vim morar em Florianópolis e depois fiz carreira como trabalhador e empresário. Ele falou para eu mandar o currículo. Também me convidou para visitar o Vaticano. No último dia, me convidaram para uma vaga na carreira diplomática. A última vaga que eles preencheram de cônsul foi em 2021. Eles não ficam procurando preencher. É quando aparece uma indicação”, explica Marcelo.

Marcelo acrescenta que muitas situações de conflito, que envolvem questões humanitárias pelo mundo, chegam ao alto comando da igreja católica e que, nos últimos anos, o Vaticano percebeu que para resolver essas questões seria necessário ter gente que com liberdade financeira para se deslocar, como empresários com capacidade de fazer negociações.

“Desenvolvi algumas atividades na minha trajetória que ajudaram a identificar potencial para esse trabalho. Isso porque muitas vezes ele envolve a busca de solução de conflito que não é religioso, não é uma missão católica. Eu sou católico, mas não praticante. Sou fluente em espanhol porque trabalhei em empresa mexicana na América Latina. Também me comunico bem em inglês. Isso é importante porque em algumas tarefas eu preciso conversar com chefes de Estado, ministros de estado. É um cargo voluntário em que o cônsul investe seus recursos para pagar as viagens”, informa Marcelo.

O trabalho como cônsul da Ordem de Malta não tem relação com a política no Brasil. É totalmente internacional. No começo de abril, Marcelo fará uma nova viagem desse trabalho em missão no exterior.