O empresário argentino Lázaro Báez, considerado alguém próximo aos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner, foi condenado a 12 anos de prisão por lavagem de 55 milhões de dólares entre 2010 e 2013, anunciou o tribunal que o julgou nesta quarta-feira (24).

O tribunal determinou que os 55 milhões de dólares de origem ilícita foram transferidos para contas em paraísos fiscais, depois utilizados para a compra de títulos do tesouro argentino e posteriormente depositados nas contas da empresa Austral Construcciones, de propriedade de Báez, na Argentina.

Junto com o empresário, também foram condenados seus filhos Martín Báez, a nove anos de prisão, Leandro Báez, a cinco, e Luciana e Melina Báez, a três com sursis, segundo a leitura da sentença.

Ao todo, 22 pessoas foram condenadas pelo caso e três foram absolvidas. A sentença permite recurso.

Báez, de 64 anos, está preso desde 2016, tempo que será descontado da pena. Em setembro passado, ele obteve o benefício da prisão domiciliar, por meio de uma tornozeleira eletrônica.

Ex-caixa de banco, Báez criou um império empresarial em Santa Cruz (2.500 quilômetros ao sul de Buenos Aires), onde venceu licitações de petróleo e obras públicas durante as presidências do falecido Néstor Kirchner (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015).

A atual vice-presidente Cristina Kirchner é acusada em outro julgamento de favorecer Báez na adjudicação de 51 obras rodoviárias na província de Santa Cruz. Há também um debate sobre suposto superfaturamento e quebra de contrato nessas concessões.