O empresário Milton de Oliveira Júnior, dono de uma rádio que foi afiliada da Jovem Pan em Itapetininga (SP), é alvo da 13ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada na manhã desta terça-feira, 27, pela Polícia Federal.

Em abril deste ano, ele admitiu durante a transmissão de um programa da rádio local que financiou os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

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Na ocasião, Milton afirmou que tinha os recibos que comprovam as suas doações para financiar a viagem dos bolsonaristas até Brasília (DF). “Não tenho medo de assumir o que eu faço, está lá”, completou.

Ele ainda ressaltou que não temia ser preso por suas contribuições e se referiu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “ilegítimo”. “Se eu tiver que ser preso porque ajudei patriotas a irem para Brasília fazer um protesto contra um governo ilegítimo, que eu seja preso, não há problema nenhum”, declarou.

Após a repercussão negativa da fala de Milton em abril, a Jovem Pan comunicou que encerrou o contrato com a afiliada. “A Jovem Pan esclarece que o empresário Milton Oliveira não faz mais parte do grupo de afiliados da Rede Jovem Pan, desde 20 de abril deste ano. O contrato com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga, foi rompido de imediato, por iniciativa do Grupo Jovem Pan, logo após a fala do radialista que usou o espaço da programação local da afiliada para manifestar apoio aos atos criminosos de oito de janeiro e para declarar ter apoiado financeiramente os protestos que levaram à depredação em Brasília”, reforçou a Jovem Pan em nota divulgada nesta terça-feira (27).

Operação Lesa Pátria

A PF informou que cumpriu um mandado de busca e apreensão na cidade de Itapetininga, em São Paulo.

Os fatos investigados pela corporação constituem, em tese, nos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

De acordo com a PF, a Operação Lesa Pátria deve ter atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.