Empresário aliado de Putin admite interferir em eleições dos EUA

MOSCOU, 7 NOV (ANSA) – O empresário russo Yevgeny Prigozhin, aliado próximo do presidente Vladimir Putin, admitiu que Moscou interfere nas eleições dos Estados Unidos – e que continuará fazendo isso – em uma entrevista divulgada nesta segunda-feira (7). É a primeira vez que uma figura do alto escalão admite a informação publicamente.   

“Nós já interferimos, estamos interferindo e continuaremos a fazer isso. De maneira certeira, precisa, cirúrgica, da maneira que sabemos fazer”, escreveu na conta da sua empresa, a Concord, na rede social VKontakte.   

O russo é um dos que foram punidos com sanções por Washington por seu papel na ingerência nas eleições presidenciais de 2016.   

Também nesta segunda-feira, o jornal “The New York Times” afirmou, citando fontes da Internet Research Agency, que contas falsas usadas por russos para interferir em eleições anteriores foram reativadas nas redes sociais para voltar a mirar nos democratas e no atual presidente, Joe Biden.   

Nas postagens, porém, o principal foco não são assuntos internos, mas sim os pacotes de ajuda bilionários para a Ucrânia anunciados por Biden ao longo dos últimos meses. Essas fontes ainda informaram que os ataques estariam ligados a Prigozhin.   

Por sua vez, o presidente da Câmara baixa russa, Vyacheslav Volodin, disse que o Kremlin “não se mistura” nas eleições de outros países e que os democratas acusam Moscou para “justificar sua derrota nas eleições de meio de mandato”.   

A referência é por conta das eleições desta terça-feira (8) em que os norte-americanos irão às urnas para renovar o Congresso. Chamado de “midterms”, o pleito deve definir como serão os próximos dois anos de governo Biden nas negociações de projetos e leis.   

Pesquisas eleitorais apontam que o Partido Republicano deve sair vitorioso das urnas por conta do aumento da inflação no país e de problemas econômicos.   

Atualmente, a Câmara dos Representantes tem maioria do Partido Democrata.   

O Senado vive em um empate, mas como a presidente da Casa é a vice-presidente, Kamala Harris, o mandatário consegue passar projetos que tenham a unanimidade dos senadores de seu partido.   

Também alguns estados vão eleger seus novos governadores, em mais um embate de forças entre as duas siglas políticas.   

Além disso, o pleito ainda deve mostrar qual a força que o ex-presidente Donald Trump tem nos estados. Conforme a mídia dos EUA, ele deve até anunciar se vai disputar as eleições de 2024 novamente após o resultado das urnas. (ANSA).