A empresária Juliane Ferraz, de 24 anos, passou por um constrangimento no último dia 10 de junho em um shopping no Rio de Janeiro, após ter sido acusada de furtar uma peça de roupa que já era sua. As informações são do UOL.

Juliane saiu de casa com um vestido da enteada na bolsa e se dirigiu até a loja Leader, no Norte Shopping, para comprar outra roupa para a menina, e utilizaria a que levou de casa para se certificar de comprar uma peça no tamanho correto.

Ela acabou andando pela loja e saindo sem levar nada. Cerca de 30 minutos depois, em outro local do shopping, ela acabou sendo abordada aos gritos pelo supervisor da Leader e um segurança do shopping, que a questionaram sobre uma peça de roupa da loja.

O caso foi registrado na delegacia como calúnia, mas Juliane disse que a ação foi motivada por racismo. Em uma nota enviada ao UOL, a Leader disse que a abordagem à cliente foi “totalmente equivocada” e disse que o responsável pelo ato já foi afastado.

“Eu abri minha bolsa, o único vestido que tinha era o da minha enteada, que era colorido e de outra marca. Expliquei tudo, mas ele insistiu em afirmar que peguei o vestido e disse que eu devia ter esquecido de pagar. Eu falei que não existia isso de esquecer de pagar, que isso era furtar, e ele me respondeu que eu peguei e estava filmado”, disse a empresária.

Ainda de acordo com o UOL, Juliane pediu para ver as imagens do circuito interno e foi confirmado que ela olhou as roupas nas araras, comparou com a roupa que havia levado de casa, mas acabou devolvendo a peça da loja para a arara, e guardou em sua bolsa o vestido da enteada.

Após a comprovação do erro, o funcionário se desculpou pelo ocorrido, mas Juliane diz que se sentiu humilhada e que o shopping inteiro olhava para ela.

“Nesse momento [do pedido de desculpas], o shopping inteiro já estava olhando para mim. Eu fiquei totalmente constrangida e sem graça. Me senti humilhada. Minha cor influenciou no julgamento dele”, disse a empresária.

Em nota ao UOL, a Leader disse que levará o caso para reforçar os treinamentos internos.

“Apresentaremos cada detalhe aos nossos times, cada erro, e reiteraremos o respeito ao ser humano, como já explícita nosso Código de Ética. Somos uma empresa de 70 anos de existência que figura entre as mais amadas e respeitadas pelos colaboradores em várias pesquisas. Nos orgulhamos disso e não abrimos mão de seguirmos assim. Fica aqui nosso pedido de desculpas sincero e a certeza de que não deixaremos que se repita com outras pessoas”, diz a nota.

De acordo com a reportagem, a Polícia Civil do Rio informou que “os envolvidos foram ouvidos e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim)”.