A DWAC, com a qual a empresa de mídia do ex-presidente Donald Trump se fundirá para entrar em Wall Street, é alvo de uma investigação das autoridades federais americanas que pode levar a processo criminal, segundo um documento divulgado nesta segunda-feira (27).

A Digital World Acquisition Corp (DWAC) – uma empresa listada na bolsa de valores e que permitirá que Trump abra o capital de sua empresa de mídia por meio de uma fusão – disse nesta segunda-feira em um documento apresentado à agência reguladora da bolsa (SEC) que recebeu pedidos de informação e que seus administradores foram intimidados a depor perante um grande júri.

No direito dos Estados Unidos, o grande júri é convocado depois que uma investigação reúne informações suficientes para que as autoridades acreditem que o processo é possível. O júri se reúne e, com base nos elementos à disposição, decide se um julgamento é justificável.

A investigação da DWAC é liderada pelo procurador-geral de Manhattan, Damian Williams, segundo o documento. Contactado pela AFP, o escritório do procurador-geral ainda não se manifestou.

Um mês depois de abrir seu capital, a DWAC anunciou o projeto de fusão com a Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa que o ex-presidente republicano acabava de criar para impulsionar sua nova rede social conservadora, a Truth Social, lançada em fevereiro de 2022.

A fusão entre as duas empresas está estagnada, sem explicações de nenhum dos lados.

A DWAC informou no início de dezembro que é alvo de uma investigação da SEC sobre sua atividade e as condições da fusão.

Em um comunicado, a TMTG garantiu que colabora com a SEC. Questionada pela AFP, a empresa do ex-presidente não respondeu.

A operação significaria uma injeção de capital de US$ 1,25 bilhão na TMTG.

As ações da DWAC tinham sofrido uma queda de 9% em Wall Street no início da tarde desta segunda-feira, após a divulgação da informação.