O gigante dinamarquês do transporte marítimo Maersk anunciou, nesta sexta-feira (5), que vai desviar sua frota para o Cabo da Boa Esperança para evitar passar pelo Mar Vermelho, onde suspendeu o trânsito, devido aos ataques dos rebeldes huthis do Iêmen.

“Todos os navios da Maersk que devem transitar pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Áden serão desviados para sul, em torno do Cabo da Boa Esperança, em um futuro próximo”, afirmou o armador em um comunicado.

O Cabo da Boa Esperança está localizado no extremo-sul da África.

“Todas as informações disponíveis confirmam que o risco de segurança [no Mar Vermelho] continua consideravelmente alto”, acrescentou a empresa.

A Maersk disse na terça-feira que não retomará a passagem de sua frota pelo estratégico estreito do Mar Vermelho, depois da suspensão decidida no domingo na sequência de um ataque dos rebeldes huthis contra um de seus navios.

Desde 18 de novembro, 25 navios mercantes foram atacados no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.

“Estamos cientes do possível impacto dessa decisão em suas operações logísticas, mas tenham a certeza de que todas as decisões foram cuidadosamente estudadas e priorizam a segurança dos nossos navios, do nosso pessoal e de sua carga”, escreveu a empresa em mensagem a seus clientes.

Na quarta-feira, 12 países pediram aos huthis que “cessem imediatamente seus ataques ilegais” no Mar Vermelho e ameaçaram o grupo rebelde com “consequências”.

Em dezembro, os Estados Unidos criaram, junto com outros países, uma coalizão internacional para proteger o tráfego marítimo nessa área, por onde passa 12% do comércio mundial.

Os rebeldes huthis, que controlam a capital do Iêmen, Sanaa, assim como grandes partes do território, advertiram que atacarão qualquer navio no Mar Vermelho que tenha vínculos com Israel, em solidariedade ao Hamas.

cbw/nzg/spi/sag/an/tt/aa

A.P. MOELLER-MAERSK