Adquirida pelo fundo de investimento americano Aetreum em 2021, a Revolution, empresa vista como uma “extensão” das montadoras por fazer adaptação e transformação em veículos, inaugurou há três meses uma segunda fábrica em Tatuí (SP) e vai começar a construção da terceira no fim do ano. Outro projeto para 2023 é atuar na adaptação de modelos a combustão em elétricos.

Atualmente, a empresa transforma veículos tradicionais em ambulâncias, viaturas policiais e carros de bombeiro. O serviço é direcionado a veículos especiais de órgãos públicos, nicho que deve faturar R$ 800 milhões este ano.

Só a Revolution deve abocanhar 65% desse valor, prevê Flávio Almada, presidente da empresa.”Somos a maior da América Latina”, diz. “Além de empresa de engenharia e projetos, nós desconstruímos carros para reconstruí-los de acordo com a necessidade do cliente”, explica Almada. “São retirados itens como parte elétrica, chicotes e mexemos na estrutura.” Ambulâncias e carros de bombeiro, por exemplo, precisam de estruturas reforçadas.

A Revolution também faz a transformação de motos que operam em serviços como o de policiamento, e está desenvolvendo uma tecnologia de proteção balística para motos.

A Anfavea, associação das montadoras, não dispõe de dados sobre o que esse mercado representa para a o setor. A Toyota tem duas empresas homologadas para atender a demandas de customização para licitações vencidas pela marca. “Esse público busca soluções que entregam maior confiabilidade e robustez”, informa a montadora. A representatividade do segmento é importante nos negócios, mas ela não revela números.

Engenharia

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Almada projeta um mercado de 80 mil veículos especiais este ano, 18% a mais do que em 2021. A maior parte deve ser de vans e SUVs para uso da Polícia, segmento que ficou represado nos últimos dois anos, quando a demanda foi maior por ambulâncias em razão da pandemia.

O grupo chegou ao País há seis anos e tem sede em Sorocaba (SP). A terceira fábrica produzirá peças e sistemas de sinalizadores – hoje adquiridos de terceiros -, ao lado da de Tatuí. O grupo emprega 700 pessoas, a maioria engenheiros.

Desde a venda, a empresa – que pertencia à multinacional americana Rev – teve a produção ampliada de 400 para 2 mil unidades ao mês. O faturamento mensal passou de R$ 7 milhões para até R$ 52 milhões.

A empresa é homologada pela maioria das montadoras. São elas que participam das licitações e repassam a tarefa para a transformadora. Segundo Almada, há no máximo quatro empresas no Brasil especializadas no atendimento exclusivo a órgãos públicos. A demanda é constante em razão da necessidade de renovar as frotas, mas em ano de eleição aumenta.

“Somos uma extensão da montadora e precisamos ter expertise para fazer as adaptações, inclusive com altos investimentos em engenharia”, completa Edson Oliveira, diretor comercial.

A empresa trabalha junto com a montadora, que testa e aprova os projetos – depois certificados pelo Denatran.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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