A empresa de publicidade Publicis Health irá pagar 350 milhões de dólares (1,7 bilhão de reais) aos estados americanos por seu papel na crise dos opioides, que provocou centenas de milhares de mortos desde 1999, informou a promotoria de Nova York nesta quinta-feira (1º).

Esta é a primeira agência de publicidade a alcançar um acordo com a Justiça por seu papel nesta crise sanitária, segundo um comunicado da promotora-geral de Nova York, Letitia James.

A Publicis Health, filial do gigante francês da publicidade Publicis, trabalhou com o laboratório Purdue Pharma entre 2010 e 2019 para promover a Oxicodonona e outros medicamentos, de acordo com a promotoria.

“Durante uma década, a Publicis ajudou os fabricantes de opioides como a Purdue Pharma a convencer os médicos a receitarem opioides em excesso, alimentando diretamente a crise dessas drogas e causando a devastação de comunidades em todo país”, afirmou James.

A Publicis Health criou folhetos promovendo a Oxicodona como um medicamento “seguro e do qual é impossível abusar”, entre outras estratégias de marketing “agressivas”, segundo o comunicado.

Em um comunicado, a empresa afirmou que as atividades em questão foram realizadas pela agência Rosetta, adquirida em 2011 e que fechou há dez anos.

“Esse acordo nos permite encerrar três anos de discussão”, acrescentou a Publicis Health, reafirmando, no entanto, que não representa um reconhecimento de culpa nem de responsabilidade.

“Nos defenderemos, se for necessário, contra todo litígio que não fique resolvido por esse acordo”, afirmou.

A agência também assegurou que o trabalho realizado pela Rosetta “em nome de empresas farmacêuticas e compreendido neste acordo sempre esteve perfeitamente de acordo com a lei”.

Todos os estados e vários territórios dos Estados Unidos irão receber uma parte do montante fixado no acordo. A Califórnia (oeste) receberá a maior quantia, de 34 milhões de dólares (167 milhões de reais), segundo decisão à qual a AFP teve acesso.

Desde 1999, mais de 800.000 pessoas morreram por overdose de algum opioide, incluindo drogas ilegais ou legalmente prescritas, segundo o Centro para o Controle e Detecção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

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