Empresa chinesa SenseTime adia entrada na Bolsa de Hong Kong por inclusão em lista americana

Empresa chinesa SenseTime adia entrada na Bolsa de Hong Kong por inclusão em lista americana

A empresa chinesa de inteligência artificial SenseTime anunciou nesta segunda-feira (13) o adiamento de sua entrada na Bolsa de Hong Kong, com uma oferta inicial prevista de US$ 767 milhões, depois que o governo dos Estados Unidos a incluiu na lista de grupos envolvidos com a situação dos direitos humanos em Xinjiang.

O Tesouro americano anunciou a medida na sexta-feira, alegando que os programas de reconhecimento facial da SenseTime foram projetados em parte para serem utilizados contra os uigures e outras minorias de Xinjiang, principalmente muçulmanas.

De acordo com especialistas e investigadores da ONU, mais de um milhão de pessoas foram encarceradas em campos de prisioneiros nesta região.

Em um comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a SenseTime informa o adiamento da entrada na Bolsa “para salvaguardar os interesses de investidores em potencial”, enquanto avalia o impacto de sua inclusão na lista do governo americano.

A inclusão na lista do Tesouro torna praticamente impossível para os bancos de investimento americanos, que participam com frequência de IPOs na Bolsa de Hong Kong, se envolverem na operação ou que um cidadão americano faça o investimento.

De acordo com Washington, a SenseTime é parte do “complexo militar-industrial” da China. A empresa já havia sido incluída na lista do Departamento de Comércio dos Estados Unidos em 2019 porque sua tecnologia foi usada para vigilância em massa em Xinjiang.

A SenseTime criticou a medida e afirmou no fim de semana que estava “presa em meio à tensão geopolítica”.

“Nós nos opomos veementemente à designação e às acusações relacionadas. As acusações são infundadas e refletem uma percepção equivocada de nossa empresa”, afirmou.