Análise exclusiva da Folha de S. Paulo publicada na segunda-feira (11) mostrou que a empreiteira Engefort tem conseguido a maior parte das concorrências de pavimentação do governo Bolsonaro.

Em algumas, a empreiteira participou sozinha. Em outras, atuou em conjunto com uma empresa de fachada chamada Del Construtora Ltda, registrada em nome de Antonio Carlos Del Castilho Júnior, irmão de Carlos Eduardo Del Castilho e Carla Cristiane Del Castilho, sócios da Engefort.

Um dos casos emblemáticos aconteceu no Amapá, em que apenas a Engefort e a Del concorreram à licitação de R$ 62,5 milhões para pavimentação no estado. A manobra utilizada foi a falta de documentação da Del, o que levou à desclassificação da empreiteira e obtenção do contrato pela Engefort.

A publicação analisa, ainda, que o uso da empresa de fachada serve para aparentar concorrência, quando na verdade ela não existe. Além disso, há o uso de ofertas fictícias nos pregões para simular essa concorrência.

Em visita à Imperatriz, cidade no Maranhão apontada como sede da Del Construtora, a reportagem constatou que o endereço não existe e que o telefone dado é, na verdade, da Engefort. A secretária que atendeu a ligação afirmou que as empresas são da mesma família.

A Folha também afirma que as construções feitas em Imperatriz já tiveram que passar por reformas em razão de buracos, problemas na pavimentação e no sistema de drenagem. Tudo isso em um curto espaço de tempo depois da conclusão da obra.

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As empreiteiras envolvidas preferiram não se manifestar. Já a Codevasf, estatal responsável pela contratação dos serviços, afirmou apenas que obedece à legislação e pede que os concorrentes façam o mesmo.


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