Empreendedoras dão dicas para mulheres apostarem em franquias: ‘Não existe mágica’

Empreendedoras dão dicas para mulheres apostarem em franquias: ‘Não existe mágica’

Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), metade das franquias do Brasil já está sob o comandado de mulheres e, segundo levantamento da consultoria especializada Rizzo Franchise, redes operadas pelo público feminino têm rendimentos 30% maiores que àquelas que tem homens à frente do negócio.

Com experiência no ramo de ótica, mas na área do marketing, onde atuava antes de investir em uma franquia, Naize Marconi apostou na rede QÓculos, marca que ganhou o Selo de Excelência em Franchising 2022, pela ABF. Apesar do apoio, ela explica que teve que lutar para se posicionar como empreendedora.

“Minha família e meu marido sempre me apoiaram muito, o que, infelizmente, não me impediu de ouvir comentários preconceituosos e machistas do lado externo. Entre um dos mais chocantes, foram as perguntas direcionadas à mim sobre quem estava por trás da franquia, sugerindo alguém do sexo masculino, e eu precisava sempre reafirmar que não havia ninguém, somente eu”, conta.

“Se eu pudesse dar um conselho para todas as mulheres que estão começando no empreendedorismo seria: não existe nada entre você e o seu objetivo, a não ser tempo e trabalho. Por isso, não se importe com o que os outros irão falar, pois eles estão todos fora do seu campo de visão”, indica.

Trabalhando em cargos de liderança por 20 anos dentro de uma indústria farmacêutica, o desejo de abrir um negócio próprio também apareceu em Luciana Fumagalli Martins após a transição de carreira para atuar como coach ontológica.

“Em 2019, durante essa mudança, aproveitei para descansar um pouco mais e aproveitar a convivência com as minhas filhas, que tinham 5 e 7 anos. Além disso, sempre tive vontade de morar próximo aos meus pais, em Ubatuba, e isso foi um combo de fatores para eu resolver abrir uma franquia na cidade, influenciados também pelo fato de que eu precisava de um tempo na minha nova carreira para chegar no patamar de ganho que eu tinha como objetivo”, explica.

“Em relação às dificuldades por ser uma mulher empreendedora, nunca me veio por meio de um preconceito direto, tanto no meu antigo emprego quanto agora, e acredito que seja porque sempre estive rodeada de mulheres inspiradoras e de pessoas que me apoiaram. Mas sempre tem aquela necessidade de se mostrar mais forte e mais competente que os outros para conquistar seu espaço, além de aprender a dividir o tempo com a vida pessoal, maternidade e cuidados domésticos”, conta Luciana.

Hoje, com a consolidação de sua profissão, Luciana e o marido decidiram expandir a franquia, abrindo uma loja em Caraguatatuba e a outra em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.

“Minha dica é: pesquisar bastante sobre o negócio, se cercar por uma empresa idônea e ter uma rede de apoio sólida, conversando com pessoas que já estão no mercado. Não existe mágica, precisa de muito trabalho e dedicação e com certeza o resultado aparecerá”, finaliza.