Autoridades mexicanas anunciaram nesta terça-feira que começarão a aplicar controles mais estritos aos 5,4 milhões de veículos que circulam diariamente pela região metropolitana da capital para reduzir os altos índices de contaminação na cidade e buscando por fim a práticas corruptas.

A medida, que começará a vigorar a partir de 1º de julho durante pelo menos seis meses, estabelece novos limites de emissões para veículos particulares, públicos e federais, em função de sua antiguidade, e uma verificação “mais rápida, clara e confiável”, disse o secretário de Meio Ambiente, Rafael Pacchiano, em coletiva de imprensa.

Esta era uma demanda feita pelo presidente Enrique Peña Nieto em março passado quando, pela primeira vez em 13 anos, foi ativado o alerta de contaminação na capital, devido aos níveis extraordinários de ozônio, para os três meses mais quentes do ano (de abril a junho), quando a falta de chuvas e ventos impede a dispersão dos contaminantes.

O endurecimento das vistorias foi anunciada perto do fim de um programa especial de redução da circulação, ativado a partir do alerta de março.

Concretamente, a nova norma prevê tirar de circulação as “nuvens de fumaça ambulantes” e reduzir entre 20% e 83% os níveis permitidos de emissões de óxido de nitrogênio nos veículos que circulam na Cidade do México e seus cinco estados vizinhos.

Atualmente, dos 5,4 milhões de veículos da frota que circula na capital, 14% têm mais de 23 anos e carecem de conversor catalítico, 22% são de 1994-2005 e têm conversores que precisariam ser trocados e 64% foram comprados a partir de 2006 e têm sistemas de diagnóstico de bordo (OBD), explicou Rodolfo Lacy, subsecretário de planejamento e política ambiental.

Os automóveis que tiverem OBD usarão este computador interno para medir os níveis de contaminantes, enquanto os veículos mais antigos serão controlados mediante os canos de escape.

Será criado um sistema de controle remoto centralizado para impedir que os centros de controle “trapaceiem” ou “manipulem o teste”, disse Lacy.

Carros modelo 2016 serão isentos da vistoria anual durante quatro anos.

Se não cumprirem os padrões, os veículos não poderão circular, alertou o funcionário.

Alarmadas pela persistente contaminação na cidade, frequentemente coberta por um véu acinzentado, as autoridades prometeram apresentar uma bateria de medidas contra a contaminação que, só em 2010, incidiu na morte de 20.500 pessoas em todo o México, segundo o Informe Nacional de Qualidade do Ar de 2013.

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