A oferta internacional recorde de bônus da Arábia Saudita, de US$ 17,5 bilhões, financiará cerca de um terço do déficit orçamentário do país no próximo ano e quase nada de seu déficit em conta corrente, afirmou a Capital Economics. Segundo a consultoria, trata-se de um “ponto de inflexão” para o país, que faz sua primeira emissão de dívida no exterior.

A Capital Economics avalia que a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) da Arábia Saudita deve aumentar, mas “trata-se de um padrão dificilmente preocupante”. As finanças do país têm sido prejudicadas pelo recuo da receita com o petróleo, após dois anos de enfraquecimento dos preços.

Na avaliação de Florence Eid-Oakden, economista-chefe do Arabia Monitor, Riad está se adaptando a uma nova realidade, na qual os preços não estarão mais entre US$ 80 a US$ 90 o barril. “Eles têm de se ajustar por meio da consolidação fiscal e da emissão de dívida”, afirma a analista. Para ela, a emissão de bônus é importante pois significa que a Arábia Saudita sabe que pode acessar os mercados internacionais a taxas razoáveis. Na avaliação da economista, o país deveria usar o dinheiro para fortalecer sua rede de assistência social, especialmente os mais afetados pelas medidas de austeridade recentemente introduzidas.