A Casa Civil, hoje comandada por Luiz Eduardo Ramos, tem na tradição e na proximidade com o presidente da República pilares de influência única na Praça dos Três Poderes. No passado, a pasta foi chefiada por nomes fortes como Lourival Fontes, no governo democrático de Getúlio Vargas; Leitão de Abreu, no tempo do ditador Emílio Garrastazu Médici; general Golbery do Couto e Silva, nas gestões de Ernesto Geisel e João Figueiredo; Clóvis Carvalho e Pedro Parente, na era Fernando Henrique Cardoso; e José Dirceu e Dilma Rousseff na administração de Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi a partir de Golbery que a Casa Civil se tornou o ministério das “eminências pardas”. Ramos, por sua vez, sempre teve como característica o trabalho de bastidores do poder. Mas, ao contrário do homem forte da ditadura, não tem a discrição como uma característica, na avaliação de aliados. Esses mesmos interlocutores do Planalto destacam que, pela personalidade de Jair Bolsonaro – um presidente sem paciência para ler processos e documentos -, o general se tornou figura-chave no aconselhamento do uso da “caneta Bic” do governo. É na Casa Civil que projetos e programas elaborados nos ministérios e, mesmo em negociações no Congresso, são revisados e chancelados antes da aprovação presidencial.

Ao contrário de Ramos, militares que estiveram com Bolsonaro na campanha perderam seus cargos ou tiveram sua influência reduzida. É o caso de Augusto Heleno, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e mesmo do vice-presidente Hamilton Mourão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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