Quem acompanha o rapper Emicida já ouviu as seguintes afirmações: “o samba é o Brasil que deu certo” e “os discos foram os meus livros de história”. Agora, o cantor, compositor e pensador contemporâneo une essas duas ideias em um novo projeto: o podcast “Sambas Contados”. A novidade é uma parceria entre a Globo e o hub de entretenimento Laboratório Fantasma, e chega ao Globoplay e às plataformas de áudio nesta segunda-feira, 11. 

Em cada um dos 10 episódios publicados diariamente ao longo de duas semanas, de segunda a sexta-feira, o artista percorrerá a história do gênero musical, aprofundando a pluralidade de temas relacionados ao samba e seus desdobramentos nem sempre explorados.    

Com um formato próximo ao que fez em “AmarElo”, Emicida busca reverenciar os precursores do samba, a partir de menções e conexões com o gênero: desde o show em que interpretou o repertório de Clementina de Jesus, passando por sua parceria e amizade com Wilson das Neves, até o seu trabalho de estúdio mais recente – “AmarElo”, no qual usa o termo “neosamba” para definir a proposta de sua sonoridade.  

“Em seus mais de 100 anos de história, o samba foi responsável por trazer o ponto de vista da favela e da contribuição africana para o centro do entretenimento brasileiro. Em 2023, a cultura hip hop completou 50 anos. É como se o rap pegasse o bastão do samba para dar continuidade a esse discurso”, afirma Emicida. “Qual é o tamanho do ‘obrigado’ que devemos ao samba e a todos artistas maravilhosos desse gênero? É essa pergunta que queremos responder com o podcast”, complementa.    

Em “Sambas Contados”, Emicida passa pelo legado de Adoniran Barbosa, Leci Brandão, Dona Ivone Lara, entre outros personagens que fazem do título um rico mosaico da história “do Brasil que deu certo”.  “Ouvir um samba é sempre como voltar para casa e encontrar o doce refúgio do quintal”, finaliza o cantor.    

Para o desenvolvimento da temática dos episódios e personagens, o artista diz que buscou por personagens dos primórdios, “uma espécie de volta no tempo para explicar a raiz do samba”. “Teremos um registro honesto de perspectivas bastante específicas a respeito dos homenageados. Imagino que as pessoas vão gostar de saber mais sobre a religiosidade de Johnny Alf, a relevância de Dona Ivone na luta manicomial, como Adoniran e Eisner foram próximos em suas histórias ou porque os quintais sempre retornam poderosos na cultura popular brasileira, que é também nosso episódio dedicado à Tia Ciata e ao Fundo de Quintal”, destaca.

 Entusiasmo, o artista destaca as expectativas com o novo podcast: “As pessoas podem esperar uma viagem deliciosa por histórias que, de alguma forma, são as histórias de todos nós”.