Conhecido como “Mamãe Falei”, o ex-deputado estadual de São Paulo Arthur do Val iniciou nessa segunda-feira, 5, uma discussão por meio do Twitter com o rapper Emicida. Do Val criticou o músico porque, segundo ele, Emicida teria recebido R$ 285 mil para realizar um show durante a Virada Cultural de São Paulo.

 

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“Emicida recebeu 285 MIL REAIS pra fazer show na virada cultural. Não foi só ele, teve cachê de mais de 400k. Em vez de fomentar artistas que realmente precisam: atores, cantores, cenógrafos, figurinistas que muitas vezes estão esquecidos nas periferias lutando todos os dias para a verdadeira inclusão curtural. Preferem dar cachê polposos para artistas já estabelecidos e bem remunerados. Via de regra esses shows ainda acontecem nas regiões centrais da cidade onde se concentram os mais ricos. Não é pela cultura, nunca foi. É pela política de pão e circo e apoio da patota”, afirmou o ex-deputado no Twitter.

Em resposta, o rapper disse que gera empregos, fomenta o comércio local e valoriza a cultura enquanto Do Val faria “turismo sexual em zona de guerra”. “Tem gente que trabalha, gera empregos, valoriza a cultura, fomenta o comércio local, leva novos artistas pra participar do espetáculo e faz girar a economia da cultura e da quebrada, Esse é nosso caso. Cuidando dos nossos. E Tem gente como você, que tenta fazer turismo sexual em zona de guerra… Cada um oferece o que tem pra oferecer”, publicou.

 

Emicida se referiu em sua postagem ao caso que levou à cassação do mandato do ex-deputado. No início do ano passado, o então parlamentar foi para a Ucrânia durante o conflito armado que ocorre entre o país e a Rússia e, em áudios trocados com amigos em grupo de conversas pela internet, do Val afirmou que as mulheres ucranianas eram “fáceis, porque são pobres”, entre outros comentários sexistas relacionados à população feminina daquele país.

As gravações circularam pelas redes sociais e acabaram resultando na cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Segundo do Val, ele estava em viagem à Ucrânia para arrecadar doações para refugiados ucranianos após a invasão da Rússia ao país e também para conhecer a resistência ucraniana à invasão.

Em relação às afirmações, ele disse que elas não refletiam o que ele pensava. “O que falei foi um erro, em um momento de empolgação”, afirmou na época. Com a aprovação da cassação, Arthur do Val ficou inelegível pelo período de oito anos.