ROMA, 26 NOV (ANSA) – Uma emenda ao projeto de lei orçamentária do governo da premiê Giorgia Meloni para 2026 estabelece que as reservas de ouro do Banco da Itália pertencem ao Estado.
Proposto pelo partido Irmãos da Itália (FdI), liderado pela primeira-ministra de direita, o texto foi aprovado pela Comissão de Orçamento do Senado e abre caminho para que as reservas sejam usadas pelo governo, como, por exemplo, para reduzir a enorme dívida pública do país, que ultrapassa a marca de 3 trilhões de euros (R$ 18,7 trilhões) e é a segunda maior entre os membros da União Europeia.
A emenda diz que os estoques auríferos do Banco da Itália (o banco central do país), estimadas em 2.452 toneladas e que valiam cerca de 200 bilhões de euros (R$ 1,24 bilhão) no fim de 2024, “pertencem ao Estado, em nome do povo italiano”.
O Banco da Itália afirma que “o objetivo das reservas de ouro é reforçar a confiança na estabilidade do sistema financeiro italiano e da moeda única”, sobretudo em condições de tensões geopolíticas e econômicas.
Esses estoques, no entanto, ajudam a dar lastro para o euro.
Questionado sobre o assunto, um porta-voz do Banco Central Europeu (BCE) declarou que a instituição “não foi consultada pelas autoridades italianas sobre a proposta e não tem comentários a fazer sobre o assunto”. (ANSA).