Quem me acompanha sabe que votei em Jair ‘1.000%’ Bolsonaro, o verdugo do Planalto, no segundo turno de 2018. No primeiro, votei em Henrique Meirelles, atual secretário da Fazenda de São Paulo – o único estado do País que cresceu em 2020, em meio à recessão provocada pela pandemia desse maldito novo coronavírus (e que vá logo para o quinto dos infernos!).

Mas sabe, também, que a única razão para eu ter cravado o 17 na urna eletrônica (aliás, eu não, minha filhotinha com então 12 anos, já que não tive coragem, hehe) foi o oponente ser Fernando Haddad, o poste do meliante de São Bernardo. Entre um pau-mandado de Lula, o ex-tudo (ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), e um beócio, fiquei com o segundo.

Dele, Bolsonaro, o devoto da cloroquina, jamais esperei qualquer coisa senão servir de ‘bucha de canhão’ contra o PT. Minha expectativa era a de que o amigão do Queiroz fosse fazer passar o tempo rápido, sem cometer nenhuma grande besteira, para livrar o Brasil das guerras da cleptocracia lulopetista. Ao montar sua equipe, acreditei sinceramente que poderia dar certo. Mas…

RACHADINHAS E COVID-19

Bem cedo, o maníaco do tratamento precoce foi dragado para o escândalo das rachadinhas de seu pimpolho Flávio, o senador da mansão de seis milhões de reais e recordista universal na venda de panetones em dinheiro vivo. Aliás, ontem (05/06), a ex-cunhada do ‘mito’ tratou de colocar os pingos nos Jotas e disse o que até as pedras do calçadão de Copacabana sabem: papai também rachava!

Para não assistir ao filhote ser preso, o marido da receptora de cheques de milicianos tratou de ‘pular no colo’ de Dias Toffoli e de Gilmar Mendes, que, solidários, compreenderam a agonia do pai coruja. Ato contínuo, Bolsonaro rifou Sergio Moro, trouxe o centrão do centrão para o centrão do governo e tratou de se associar ao coronavírus, em uma cruzada homicida contra a saúde da população.

Precocemente, então, um governo que já não prometia muita coisa se tornou um verdadeiro estorvo para a nação. Numa sucessão interminável de erros – e de crimes! – o psicopata que desgoverna o País, que emporcalha nossa imagem no exterior e que contribui diariamente para milhares de mortes, se mostrou pior do que o PT. E mais: ressuscitou das catacumbas do inferno o ‘Ali Babá’; o Barba.

O POSTO IPIRANGA
Paulo Guedes era o cara. Nele, todos apostavam as fichas. O Posto Ipiranga comandaria o País enquanto o sociopata continuaria a xingar Lula e o PT. Parecia que Deus, finalmente, havia se lembrado de nós, e que o liberalismo econômico iria assumir os rumos da nação após anos de desastre desenvolvimentista e de cleptocracia lulopetista. Alô, primeiro mundo, aí vamos nós. Te cuida, EUA!

Ai, ai… Uma na medalha. Outra abaixo da linha da cintura. Uma terceira na bunda. E a quarta, quinta, sexta, enfim, uma semana inteira de pancadas em PG foi o início do fim do sonho liberal. Bolsonaro o desautorizou, o humilhou, o ameaçou com demissão, o repreendeu publicamente, fez, no limite, gato e sapato do ex-Posto Ipiranga, transformado em mero capacho, como Eduardo Pazuello.

Hoje, Guedes é mais socialista do que qualquer psolista. É adepto ao aumento confiscatório de impostos para ricos, banqueiros e empresários; de populismo eleitoral e assistencialismo de ocasião; de financiamento subsidiado a militares; de irresponsabilidade fiscal; do ‘super’ bolsa família; da manutenção dos privilégios da casta dos servidores públicos e até de financiamento do voto impresso.

DÓLAR A R$ 5

Em março de 2020, em almoço com o ‘baronato da plutocracia rentista’, que é como se refere Ciro Gomes – um traste do tamanho de Lula e Bolsonaro, juntos! – aos empresários da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), PG disse o seguinte: ‘o Brasil era o paraíso dos rentistas. Se eu fizer muita besteira, o dólar pode chegar a R$ 5. Se eu fizer tudo certo, o dólar cai’.

Bons tempos. O dólar estava em forte alta graças às barbeiragens do próprio PG e às declarações golpistas do presidente aloprado, mas ainda na casa de R$ 4,60. De lá para cá, como bem vaticinou o liberal do Paraguai, o governo errou tudo – e mais um pouco! – e o dólar, hoje, está na casa de R$ 5,10 (já chegou a R$ 5,80). Lembrando: quando assumiram, a moeda norte-americana custava R$ 3,87.

O ex-Chicago Boy, atualmente, está mais para líder do PCO – Partido da Causa Operária – que para economista liberal. Mais para sabujo de aloprado, que para ministro da Economia. Mais para posto que vende combustível adulterado, que para Posto Ipiranga. Guedes, como Bolsonaro, é um embusteiro, aproveitador da boa fé e da esperança de uma gente desesperada por um Brasil melhor.

Juntos, para conseguirem a reeleição, farão muito mais que o diabo, como disse certa vez uma conhecida estoquista de vento e saudadora de mandioca. Inclusive, nos tomarão mais dinheiro para ser distribuído ao centrão e aos superfaturadores de vacinas. Guedes nos mostra que, de fato, todo homem tem seu preço, e que o poder realmente seduz. Pobre, Friedman. Que possa descansar em paz.