São Paulo, 27 – O presidente da Embrapa, Celso Moretti, anunciou nesta segunda-feira que o lucro social da Embrapa foi de R$ 46,49 bilhões em 2019. “Cada real colocado no orçamento da Embrapa em 2019 retornou R$ 12,29 para a sociedade brasileira”, disse Moretti, lembrando que a empresa não tem fim lucrativo.

O valor foi obtido a partir da análise do impacto econômico de 160 soluções tecnológicas e 220 cultivares desenvolvidas pela empresa, que obteve receita operacional líquida de R$ 3,78 bilhões no ano passado.

Entre as iniciativas que têm lançamento previsto para este ano, Moretti destacou o serviço de análise genética para melhorar a qualidade da proteína do peixe tambaqui (TambaPlus), ferramentas de inteligência territorial para o Matopiba (Geomatopiba) e de diagnóstico fitossanitário para maçã, morango e pêssego, além do lançamento de cultivares de gergelim, adaptada para o Centro-Oeste, e de soja, adaptada para o Sul do País.

Um dos focos da Embrapa neste ano é agricultura digital, mas, segundo o executivo, ainda é preciso vencer a barreira da falta de acesso à internet, que afeta 72% das propriedades, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) citados por Moretti. “O Brasil precisa investir fortemente em conectividade para que tecnologias produzidas possam ser acessadas pelos produtores no campo”, disse.

Além da agricultura digital, a empresa investe em edição genômica, com projetos para soja com tolerância à seca e resistência a nematoides, que pode chegar ao mercado dentro de cinco anos, segundo Moretti, e feijão com redução do escurecimento do grão. Os outros dois pilares da empresa para 2020 são bioeconomia e intensificação sustentável.

Moretti falou ainda sobre a possibilidade de transferência da Embrapa Algodão da Paraíba para outros Estados produtores, como Bahia e Mato Grosso, e da readequação de outras unidades. “Essa é uma questão que estamos tratando e discutindo”, disse.

Segundo Moretti, ao assumir o cargo, ele recebeu da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a missão de se aproximar do setor privado, reduzir a burocracia e o número de cargos comissionados e avaliar unidades descentralizadas que estavam “com agenda desfocada ou distantes do setor produtivo”. “Assim como vamos olhar a Embrapa Algodão, vamos trabalhar em outras unidades buscando ajustar a agenda e torná-las mais ágeis e responsivas ao agro brasileiro”, afirmou.