A Embraer manifestou apoio ao painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, para examinar subsídios recebidos pela Bombardier do governo do Canadá. O pedido de abertura de processo foi feito pelo Itamaraty nesta sexta-feira, 29, e aceito.

Segundo nota da fabricante brasileira de aeronaves, serão investigados valores aportados em mais de 25 programas da empresa. “O entendimento do governo brasileiro, compartilhado pela Embraer, é de que os subsídios concedidos pelo governo canadense são inconsistentes com os compromissos assumidos pelo Canadá na OMC”, diz o comunicado.

Teriam sido destinados nos últimos dez anos cerca de US$ 3 bilhões em subsídios para financiar a linha C-Series da Bombardier pelos governos do Canadá e de Quebec.

A Embraer ressalta que o estabelecimento do painel ocorre na mesma semana em que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou uma determinação preliminar, na última terça-feira, condenando os subsídios do governo canadense à Bombardier. O órgão concluiu que os subsídios canadenses à empresa justificam a imposição de uma sobretaxa de 219% sobre as importações de C-Series nos EUA.

“Entendemos que a decisão do Departamento de Comércio reforça o pleito do Brasil no painel aberto nesta sexta-feira na OMC”, disse Paulo Cesar Silva, CEO da Embraer, por meio de nota. “A companhia canadense recebeu subsídios dos governos locais que lhe tem permitido oferecer o avião a preço artificialmente baixo. Estes subsídios, que foram fundamentais para o desenvolvimento e sobrevivência do programa C-Series, configuram uma prática insustentável que distorce todo o mercado global, prejudicando concorrentes às custas do contribuinte canadense. Para que o segmento de jatos comerciais continue sendo disputado entre companhias, e não entre governos, é fundamental que as condições equânimes de competição sejam respeitadas.”