Após a morte do papa Francisco no dia 21 de abril, aos 88 anos, o Vaticano se voltou para uma outra questão: preservar a integridade do corpo do pontífice para o velório de quatro dias até seu sepultamento, marcado para este sábado, 26, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, Itália.
Os fiéis poderão dar o último adeus ao papa a partir desta quarta-feira, 23, na Basílica de São Pedro, onde o caixão do líder religioso ficará exposto por três dias.
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Assim que a morte de Francisco foi anunciada, as autoridades do Vaticano se prepararam para a realização dos rituais de despedida e iniciaram os procedimentos para a preservação do corpo. O clima quente e úmido de Roma poderia acelerar a decomposição. Por conta disso, o argentino passou por um embalsamento moderno.
O anatomista da Universidade de Berna Dr. Nikola Tomov contou ao jornal “DailyMail” que o Vaticano começou a usar uma técnica moderna para preservação do corpo a partir de 1914. O papa Pio X foi o primeiro a passar por esse novo procedimento.
O processo consiste em abrir as veias do pescoço ou da virilha do pontífice, drenar o sangue e aplicar no sistema circulatório uma mistura de formal, álcool, água e corantes. Segundo o periódico, as substâncias barraram bactérias e evitam que o corpo comece a se decompor.
O Vaticano resolveu utilizar definitivamente essa técnica depois de um contratempo com a preservação do corpo do papa Pio XII, em 1958. Na ocasião, o médico papal Riccardo Galeazzi-Lisi usou um saco plástico com ervas e óleo, porém, isso acelerou a decomposição do corpo, causando um odor tão forte que os guardas revezaram a cada 15 minutos para a escolta do caixão.
Desde o ano de 1903, com a morte do papa Leão XIII, os líderes religiosos não têm mais os órgãos retirados, que, anteriormente, eram guardados como relíquias religiosas. A determinação atual é de manter intacto o corpo do Santo Padre.