ROMA, 27 FEV (ANSA) – O corpo do embaixador Luca Attanasio, morto em uma tentativa de sequestro na República Democrática do Congo junto com o policial militar Vittorio Iacovacci, foi velado na manhã deste sábado (27) em sua cidade natal, em Limbiate, na província de Monza.   

O funeral foi realizado no centro desportivo da região ao norte do país e celebrado pelo arcebispo de Milão, Mario Delpini.   

“Só o conheci brevemente quando me veio ver antes da minha viagem ao Congo, mas sobretudo tive o testemunho dos nossos missionários, das pessoas que vi no Congo que sentiram nele um aliado por todas as obras de solidariedade para a promoção humana”, disse o religioso na cerimônia.   

A quadra de esportes de Limbiate, onde o embaixador cresceu e onde sua família vive, ficou repleta de pessoas para dar o último adeus, após o funeral de Estado realizado em Roma.   

Em uma mensagem lida por um amigo da família no final doa cerimônia pública, os pais do diplomata afirmaram estar “destruídos”. “Querido filho, estamos destruídos pela dor mas temos que ser fortes para estar perto de Zakia e das três lindas netas”, diz o texto.   

Logo após a missa, o grupo de pessoas presentes aplaudiram o caixão e o prefeito da cidade, Domenico Antonio Romeo, também fez uma homenagem a Attanasio, que será sepultado no município.   

O ataque – Attanasio, embaixador na República Democrática do Congo desde 2017, e Iacovacci viajavam em um comboio do Programa Mundial de Alimentos da ONU que visitaria um projeto de distribuição de comida em escolas.   

Pouco depois de deixar a cidade de Goma, no leste do país, a comitiva foi atacada por seis homens armados em uma estrada dentro do Parque Nacional Virunga, santuário natural do Congo e palco da atuação de milícias que disputam a riqueza mineral da região.   

Os agressores teriam obrigado os veículos a parar colocando obstáculos na estrada e disparando tiros no ar. Os disparos, no entanto, alertaram os soldados das Forças Armadas do Congo e os guardas florestais de Virunga, que estavam a menos de um quilômetro de distância e se dirigiram para o local.   

Nesse momento, os agressores assassinaram o motorista congolês Mustapha Milambo e levaram o restante do grupo para a floresta.   

Quando os guardas intimaram os agressores a se render, estes teriam disparado contra Iacovacci, que morreu na hora, e Attanasio, que ainda chegou a ser levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.   

O governo da RDC responsabiliza as Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR), grupo que tenta derrubar o presidente do país vizinho, Paul Kagame. As FDLR, no entanto, negaram envolvimento e disseram que os culpados devem ser buscados nos exércitos do Congo e de Ruanda.   

A autópsia realizada em Roma indicou que Attanasio e Iacovacci não foram “executados”, mas sim morreram durante um “tiroteio”.   

Cada um foi atingido por dois disparos, e especialistas identificaram pelo menos uma bala de fuzil Kalashnikov, arma bastante usada por milícias. (ANSA)