VATICANO, 4 JUL (ANSA) – O embaixador do Irã no Vaticano, o aiatolá Mohammad Hossein Mokhtari, enviou uma carta ao papa Leão XIV para pedir um “posicionamento” do líder da Igreja Católica frente “ao insulto e à ameaça de assassinato” do guia supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, por parte dos Estados Unidos e de Israel. O documento foi publicado pela Embaixada do país persa no X nesta sexta-feira (4).
Na carta, Mokhtari ressaltou o papel de Khamenei no mundo islâmico, definindo-o “não apenas [como] uma figura política, mas também como “uma autoridade religiosa”. Além disso, ele também escreveu que o atual paradigma das relações internacionais acabou “marginalizando os valores espirituais, morais e a ofender tradições, símbolos sacros e, principalmente, líderes religiosos”.
“Este insulto a uma autoridade do mundo islâmico não traz apenas repercussões políticas, mas também religiosas, comprometendo a convivência pacífica e a irmandade entre as religiões”, destacou o embaixador iraniano, argumentando ainda que o posicionamento dos EUA e do regime sionista “contradiz, sem dúvidas, os princípios do Documento da Fraternidade Humana assinado pelo finado papa Francisco em 2019”.
Mokhtari disse ainda a Leão XIV que se “os líderes e pensadores religiosos não adotarem uma posição clara contra atos do tipo, nenhum líder religioso jamais estará a salvo de tais ofensas”.
Por fim, o diplomata reforçou que espera que o Papa “tome um posicionamento claro contra as ameaças e insultos direcionados ao guia supremo do Irã”, que também atingem “profundamente todos os muçulmanos no mundo”. (ANSA).