O embaixador da França no Níger continua no país, apesar do ultimato de 48 horas lançado na sexta-feira pelos militares no poder para que abandonasse o posto, informou o presidente francês nesta segunda-feira (28).

“Nos últimos meses, França e seus diplomatas enfrentaram situações particularmente difíceis em alguns países, como no Sudão, onde França foi exemplar, e no Níger neste mesmo momento”, declarou Emmanuel Macron em um discurso aos embaixadores por sua reunião anual.

“Parabenizo a seu colega e a seus colegas que escutam desde seu posto”, afirmou, em referência ao embaixador francês no Níger, Sylvain Itte.

Na sexta-feira, o Ministério de Relações Exteriores do Níger deu um prazo de 48 horas para que o diplomata deixasse o território, com o argumento de que havia recusado reunir-se com os novos dirigentes e que as “ações do governo francês” eram “contrárias ao interesse do Níger”.

O Níger, um dos últimos aliados dos países ocidentais para a luta antijihadista no Sahel, foi cenário de um golpe de Estado em 26 de julho que depôs o presidente Mohamed Bazoum.

Em seu discurso, Macron insistiu que a França, que já condenou o golpe, não mudaria sua postura e seguiria oferecendo seu apoio a Bazoum, eleito democraticamente.

O dirigente está retido desde o golpe junto de sua mulher e filho no palácio presidencial de Niamei, a capital.

“Nossa política é clara: não reconhecemos os golpistas”, insistiu Macron.

A União Europeia também manifestou seu apoio ao embaixador francês nesta segunda-feira.

“A decisão dos golpistas de expulsar o embaixador francês é uma nova provocação que não pode de forma alguma ajudar a encontrar uma solução diplomática para a atual crise”, declarou Nabila Massrali, porta-voz diplomática da UE.

O bloco europeu “não reconhece” as autoridades golpistas do Níger, acrescentou Massrali.

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