A Embaixada dos Estados Unidos disse que não recebeu nenhum documento listando nomes de possíveis antifascistas, conforme apuração do colunista Rogério Gentile do UOL.

A informação da assessoria da embaixada rebate a declaração do deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP), o qual afirmou à Justiça ter enviado um dossiê com nomes de antifascistas.

Garcia disse ainda em petição enviada à 45ª Vara Cível da Capital que o documento foi entregue pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no último dia 5 de agosto.

“O protocolo junto à Embaixada dos Estados Unidos foi feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro”, afirmou Garcia.

Outro momento em que o parlamentar diz que o filho do presidente Jair Bolsonaro entregou o dossiê foi durante um vídeo compartilhado nas redes sociais no último dia 10 de agosto.

“No caso da Embaixada dos EUA, para que eles tenham ciência do tipo de gente que tenta entrar lá”, afirmou.

Em seguida, Eduardo Bolsonaro, comentando o post de Garcia, afirmou: “Meu total apoio aos deputados estaduais Douglas Garcia e Carteiro Reaça (Gil Diniz)”. O deputado federal foi procurado pela reportagem do UOL, mas não se manifestou.

O documento não teve o efeito desejado e rendeu ao deputado Douglas Garcia uma condenação por não apresentar provas que os nomes citados no dossiê eram de “terroristas”. O parlamentar terá de indenizar em R$ 20 mil uma mulher citada.

“A elaboração de dossiês não se relaciona com o exercício normal e regular do mandato legislativo, cujo titular deve se mostrar à sociedade prudente e equilibrado”, afirmou o juiz Guilherme Ferreira da Cruz.

Para Justiça, o deputado negou que tenha participação com o dossiê. Garcia disse que só enviou o documento. Ele disse ainda que pretende recorrer da condenação que o obriga a indenizar a mulher citada no material.

Procurado, até o momento o parlamentar não respondeu à reportagem.

Procurado pela coluna, Garcia não respondeu.