A embaixada de Israel no Brasil protestou nesta terça-feira (17) contra uma resolução do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o partido acusa Israel de “genocídio” e “crimes de guerra”.

“É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos”, escreveu a embaixada de Israel em Brasília em sua conta no X, o antigo Twitter.

“Deve ser feita uma forte separação entre a organização terrorista Hamas e os palestinos”, acrescentou a representação diplomática, em resposta a uma resolução publicada na segunda-feira pelo PT.

O partido expressou no texto sua condenação aos “ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis, cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”.

Desde o ataque do grupo islamista palestino em 7 de outubro e a subsequente retaliação de Israel na Faixa de Gaza, Lula tem dialogado com líderes internacionais para defender o fim das hostilidades e a abertura de um corredor humanitário para a evacuação de civis em Gaza.

Em comunicados oficiais, o presidente brasileiro condenou os “atos terroristas cometidos pelo Hamas”.

Líderes da direita no país, por outro lado, o acusaram de não ter sido mais enérgico em sua condenação ao Hamas, que não é classificado como terrorista pelo governo brasileiro.

O Ministério das Relações Exteriores justificou que segue a classificação do Conselho de Segurança da ONU, que não considera o Hamas como grupo terrorista, ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia.

A diplomacia israelense também criticou nos últimos dias as declarações de ministros da ala de esquerda radical do governo espanhol, que pediram que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fosse denunciado ao Tribunal Penal Internacional por “crimes de guerra” e “tentativa de genocídio” em Gaza.

Israel também teve uma interação tensa com a Colômbia, ao qualificar as declarações do presidente de esquerda Gustavo Petro como “antissemitas”. Petro tem feito nas redes sociais comentários contra o conflito e frequentemente a favor da causa palestina.

O ataque lançado pelo Hamas deixou cerca de 1.400 mortos, e mais de 3.000 pessoas morreram até o momento na retaliação israelense na Faixa de Gaza.

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