Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A safra de soja do Rio Grande do Sul 2022/23 foi estimada nesta terça-feira em 14,17 milhões de toneladas, queda de 31,10% na comparação com a previsão inicial, com lavouras gaúchas sofrendo com a falta de chuvas ou precipitações irregulares, segundo avaliação da Emater, órgão de assistência técnica ligado ao governo.
Ainda assim, o Estado que é um dos maiores produtores de grãos do Brasil deverá elevar sua safra de soja e milho, uma vez que a estiagem da temporada atual foi menos severa do que a vista no ciclo passado, disse o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera.
“No ano passado teve uma estiagem muito mais severa do que a que se apresenta nesta safra”, afirmou ele, ao expor os números levantados em 410 municípios produtores do Rio Grande do Sul.
No ano passado, o Rio Grande do Sul colheu 9,16 milhões de toneladas de soja. Isso implica dizer que a produção gaúcha da oleaginosa crescerá 54,6% na comparação com o ciclo anterior.
Diferentemente do Rio Grande do Sul, as demais regiões produtoras do Brasil tiveram clima favorável de maneira geral para os cultivos, o que deverá garantir ao país uma safra recorde acima de 150 milhões de toneladas de soja, segundo dados de analistas privados.
A divulgação da Emater ocorre durante a tradicional feira do agronegócio Expodireto 2023, em momento em que produtores estão perto de começar a colheita de soja no Estado.
“A colheita da soja praticamente ainda não iniciou no Rio Grande do Sul, algumas lavouras estão sendo colhidas… Mas não há mensuração de colheita, quando no ano passado já havia 3% a 4% colhidos”, disse o diretor técnico, citando que houve atraso no plantio por questões climáticas.
Já a área plantada com soja no Rio Grande do Sul cresceu cerca de 2% na comparação anual, para 6,5 milhões de hectares, fazendo do Estado o de segundo maior cultivo da oleaginosa no país, atrás apenas de Mato Grosso.
MILHO
A estiagem também fez estragos na produção gaúcha de milho, e a Emater reduziu em 41% sua projeção de safra para 3,6 milhões de toneladas, na comparação com a previsão inicial.
Mesmo assim, a produção deverá crescer 20,6% em relação ao ciclo anterior.
O Estado faz apenas uma safra de milho, diferentemente de outros produtores do Brasil que plantam mais o cereal para colheita no inverno.
Já a safra de arroz do Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro deste produto, deverá cair 10,6% na comparação com a temporada passada, para 6,9 milhões de toneladas. Isso significa redução de 2,9% ante a previsão inicial.