Emae despolui o rio Pinheiros e aposta na modernização de hidrelétricas

Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Marcio Rea, presidente da Emae Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Desde que assumiu o comando da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), em janeiro de 2020, o presidente Marcio Rea trabalha em projetos que deverão mudar a paisagem de São Paulo, sobretudo o que trata da despoluição do rio Pinheiros e outras diversas frentes de trabalho para ampliar os negócios da companhia, como a modernização das usinas hidrelétricas mantidas pela estatal paulista.

Os resultados já são percebidos nos números obtidos pela empresa. Em 2020, a Emae apresentou um lucro líquido de R$ 198,5 milhões, um acréscimo de 114,4% em relação a 2019. Além disso, fechou o ano passado com as ações cotadas na Bolsa de Valores (B3) a R$ 75,41, o que representa a valorização de 103,8% em seu valor de mercado no decorrer do ano. No mesmo período, o Ibovespa teve alta de apenas 0,2% e o Índice de Energia Elétrica (IEE), de 7,1%. “Essa valorização da Emae foi uma resposta do mercado aos projetos que estamos desenvolvendo”, afirma Marcio.

Despoluição do Rio Pinheiros

Um dos principais projetos promovidos na gestão do executivo foi a concessão de áreas da Usina São Paulo SPE, localizadas às margens do rio Pinheiros, para o Consórcio Usina São Paulo, que apresentou a melhor oferta no leilão promovido pela estatal paulista – a proposta de outorga fixa recebida foi de R$ 280 milhões. A remodelação desses espaços prevê a implantação de áreas de convivência, comércio e escritórios. O negócio permitiu à empresa dar um grande passo na direção de unir esforços com a iniciativa privada para o crescimento dos seus empreendimentos e para a implantação de um polo singular de gastronomia, turismo e negócios na cidade de São Paulo. “Mesmo num cenário atípico, encaramos o desafio de colocar em andamento projetos desafiadores. O interesse da iniciativa privada comprova o potencial do futuro empreendimento para se tornar o novo cartão postal da cidade”, avalia o presidente.

A concessão faz parte do Programa Novo Rio Pinheiros, um projeto idealizado pelo governador João Doria. Aliada a outras empresas, subordinadas à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sima), sob o comando do secretário Marcos Penido, a Emae realiza, desde 2019, diversos trabalhos no âmbito do programa, que resultaram na retirada de toneladas de lixo do rio, na recuperação de taludes em alguns trechos, o desassoreamento de 511.874 m3 de sedimentos, além da remoção de 351.238 metros cúbicos de sedimentos em ações de desaterro, que visavam aumentar o espaço das áreas chamadas “bota-fora” nas margens do rio. “O programa deve marcar uma nova forma de tratar os rios das grandes metrópoles e se tornar um exemplo para o Brasil. A Emae participa do projeto promovendo a valorização das margens do rio, colaborando com o processo de melhoria da qualidade das águas e incentivando a ocupação dos espaços pela população”, destaca Marcio.

Neste sentido, a Emae, por meio de parceria com a CPTM e com a iniciativa privada, participou da revitalização da ciclovia na margem leste do rio, realizada em um trecho de 10 quilômetros, entre a Ponte Estaiada e a Ponte do Jaguaré. As melhorias se refletiram no aumento do número de usuários, que passou de 17 mil para 120 mil ciclistas por mês. Agora, a ciclovia conta com 260 pontos de iluminação LED e com vigilância 24 horas feita por câmeras de segurança interligadas com o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar). O espaço fica aberto até às 23 horas, atendendo a demanda dos usuários que trabalham e utilizam a bicicleta como meio de transporte diariamente. Além disso, com a revitalização, foram implantados cafés, lojas de conveniência e espaços de expressão artística e de convivência.

Energia renovável

Outro projeto importante, e que está em andamento, é a implantação de usinas fotovoltaicas flutuantes no reservatório Billings, na capital paulista. A energia gerada pelas placas flutuantes será, pela primeira vez no país, fornecida para clientes de diversos segmentos na modalidade de geração distribuída. A Emae abriu uma chamada pública no final do ano passado e selecionou as empresas GreenYellow e KWP Energia como parceiras para a instalação de plantas de geração de energia com potência de até 90 megawatt-pico. No momento, as empresas trabalham nas fases de licenciamento e implantação dos empreendimentos.

Segundo o executivo, “o resultado da primeira chamada pública levou a Emae a lançar outra licitação para a busca de novos parceiros. O foco é ter parte das usinas fotovoltaicas implantadas no primeiro semestre de 2022, fornecendo energia elétrica para a rede de distribuição”. A geração fotovoltaica apresenta muitas vantagens. Além de ampliar a geração de energia elétrica, evita o lançamento de gases de efeito estufa. “Somente esses empreendimentos devem evitar a emissão de 150 mil toneladas por ano de CO2 equivalente”, avalia.

Preservação ambiental

Para 2022, de acordo com Marcio Rea, o compromisso da empresa é manter os indicadores de disponibilidade e desempenho das usinas dentro dos parâmetros regulatórios. Para isso, foi elaborado um plano estratégico que prevê ações envolvendo três pilares: ambiental, social e financeiro. No aspecto ambiental, o foco é a identificação, monitoramento e mitigação de riscos ambientais e também o desenvolvimento de soluções inovadoras que promovam a sustentabilidade. No âmbito social, o trabalho será voltado para a capacitação técnica e gerencial dos colaboradores para a execução de atividades operacionais e empresariais. Já em relação às finanças, o objetivo é maximizar os resultados e melhorar os indicadores econômicos e financeiros, além de intensificar a formação de parcerias para o desenvolvimento e a implantação de novos negócios.

Também será dada continuidade ao maior programa de investimento da história da empresa em modernização, automação e manutenção das usinas do parque gerador existente, iniciado em 2021. Nos próximos cinco anos, serão investidos recursos da ordem de R$ 780 milhões, dos quais R$ 80 milhões já forma realizados até novembro deste ano.

A Emae também deve continuar crescendo com o início da expansão do parque térmico em área localizada na Zona Sul de São Paulo. Este projeto conta com uma licença ambiental para agregar até 2,5 GW de energia ao sistema interligado nacional, o suficiente para abastecer 9 milhões de famílias, com a grande vantagem de estar dentro do principal centro consumidor do país.