BRUXELAS, 9 ABR (ANSA) – A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou nesta sexta-feira (9) que está fazendo uma revisão dos dados da vacina anti-Covid da Janssen-Cilag, do grupo Johnson & Johnson, após quatro “eventos tromboembólicos” nos Estados Unidos.   

A tromboembolia venosa é a formação de coágulos que acabam obstruindo as veias. É uma doença grave, mas que tem uma incidência bastante alta em todo o mundo. Segundo a EMA, os quatro casos foram graves e uma pessoa acabou morrendo.   

“Esses relatórios apontam para um ‘sinal de segurança’, mas ainda não está claro se há uma associação causal entre a vacinação com a vacina anti-Covid da Janssen e essas condições.   

O Prac [comitê de segurança da EMA] está investigando esses casos e decidirá se alguma ação regulatória será necessária, o que usualmente consiste na atualização da informação no produto”, diz a curta nota técnica.   

Conforme dados da agência Bloomberg, a J&J entregou 11,4 milhões de doses para os estados norte-americanos até o dia 6 de abril.   

Em nota, a Janssen informou que “está ciente que os eventos tromboembólicos foram detectados para todas as vacinas contra a Covid-19”. “Nosso atento monitoramento sobre os efeitos colaterais revelou um número limitado de eventos muito raros após a vacinação. No momento, não foi estabelecida uma clara reação causal entre esses eventos raros e a vacina da Janssen”, informou ainda a empresa.   

Atualmente, o imunizante da Johnson & Johnson não é usado em nenhum país da União Europeia apesar da EMA ter dado a autorização de uso emergencial em 11 de março. As primeiras doses da vacina – que tem a vantagem de ser aplicada em uma única dose – iriam começar a ser distribuídas na próxima semana.   

A situação é semelhante ao que ocorreu com a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford. Nesta semana, a EMA continuou a liberar o uso emergencial, mas pediu que fosse adicionada na bula uma informação de que tromboses são efeitos colaterais “muito raros” do imunizante.   

Apesar de não conseguir confirmar com precisão que a vacina é quem causa o problema, a agência informou que foram 86 casos de eventos do tipo em cerca de 25 milhões de vacinados – 0,0003% do total de pessoas imunizadas. (ANSA).