A modelagem da operação de venda da Fibria para a Suzano dividiu os acionistas da companhia que exerceram o direito de voto a distância. De acordo com o mapa de votação divulgado na terça-feira, 11, 51% ficaram a favor da proposta e 49%, contra. Mesmo desfavorável, o resultado animou os minoritários contrários à proposta que os obriga a vender as ações. Acreditam que podem conseguir a maioria dos votos dos minoritários na assembleia de quinta-feira, 13, o que torna o voto do controlador determinante para aprovação.

Não há expectativa de fortes emoções para a assembleia de amanhã, marcada para as 9h. Embora alguns minoritários não descartem medidas judiciais, o mais provável é que esperem o desfecho da assembleia. De acordo com uma fonte ouvida pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, esse cenário abre espaço para novos questionamentos por abuso de direito de voto. Nesse caso, há várias iniciativas em discussão. Em nenhuma delas o objetivo principal é travar a operação.

Uma das ideias é um novo questionamento da modelagem, com base no abuso de poder do controlador e no único voto favorável que conseguiram na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde perderam a primeira batalha. Outra proposta avalia que o melhor caminho seja buscar na Justiça o ressarcimento dos prejuízos aos acionistas provocados pela modelagem.

O prejuízo mais explícito da modelagem para os minoritários é o impacto do Imposto de Renda sobre o montante que receberão pela venda de suas ações. O desconto pode chegar a 22% para alguns, mas se a incorporação fosse feita por meio de troca de ações, não haveria a incidência de IR.

Nos dois casos, porém, a base da discussão é a legalidade da operação e o impacto para os minoritários da Fibria. Eles estão sendo obrigados a vender suas participações em dinheiro, sem possibilidade de participar do capital da Suzano, como ocorreria em uma incorporação, e sem o tag along, como ocorreria em uma venda direta.