A G.A.S. Consultoria, empresa de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, publicou na segunda-feira (8) um “comunicado oficial” em vídeo, no qual pede “calma”, “fé” e “esperança” aos clientes e diz que o ‘momento ruim vai passar’.
Na gravação, dois apresentadores leem a nota oficial, assinada pelo escritório de Advocacia Nélio Machado, que representa Glaidson. Os dois explicam que por conta das decisões e bloqueios judiciais não pode ser feito qualquer pagamento a clientes nem mesmo a devolução do capital, sob pena de desrespeito a decisão da Justiça.
“É fundamental esclarecer, portanto, que a G.A.S. está judicialmente proibida de realizar pagamentos, por qualquer forma, sob pena de descumprimento de decisão judicial. Isso significa que, mesmo que os recursos estivessem disponíveis, a G.A.S tampouco qualquer de seus consultores, não poderia realizar qualquer pagamento a clientes nem mesmo a devolução do capital em razão da proibição judicial”, diz a nota.
No vídeo, a empresa ressalta que está tentando reverter a situação por meio dos recursos previstos na legislação. Procurada pelo jornal Extra, a assessoria de imprensa da empresa confirmou que o vídeo é oficial.
No comunicado, que tem quase seis minutos, a empresa afirma ainda que a prisão de Glaidson, “além de desnecessária torna bem mais difícil a tarefa de buscar solução consensual junto às autoridades, dadas as condições sabidamente precárias de comunicação que resulta da situação prisional”. Os advogados ressaltam ainda que vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para que o pedido de liberdade do “Faraó dos Bitcoins” seja aceito.
https://www.youtube.com/watch?v=dLSEqJKtPQ4
Relembre o caso
Conhecido como “Faraó dos bitcoins”, Glaidson foi preso no dia 25 de agosto na Operação Kryptos. Em sua mansão, a Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 20 milhões em espécie. Foram encontrados também dólares e euros em espécie e até barras de ouro. Segundo a PF, os investigados da operação são suspeitos de operar um esquema de Ponzi (pirâmide financeira).
O esquema era baseado na oferta pública de contrato de investimento, sem prévio registro nos órgãos regulatórios. Segundo a PF, a empresa especulava no mercado de criptomoedas, com uma previsão insustentável de retorno financeiro sobre o valor investido. Nos últimos seis anos, a movimentação financeira dessas empresas chegou a cifras bilionárias .