01/04/2022 - 9:30
Dificilmente o Poder Legislativo aprovará o novo projeto de lei com que o presidente Jair Bolsonaro tenta agradar os policiais, categoria na qual a sua candidatura à reeleição encontra ampla guarida. Mas, ainda que a chance de aprovação seja zero, é importante destacar a personalidade de Bolsonaro, autoritária e adepta de práticas de exceção – até porque as eleições estão aí, e tal postura representa séria ameaça ao Estado de Direito. Novamente (a exemplo de 2019, quando perdeu entre os parlamentares), o presidente encaminhou projeto ampliando aos agentes a cobertura da figura jurídica denominada “excludente de ilicitude”. Ela já existe: se um policial matar, por exemplo, em um confronto armado em que não tenha outra opção para sobreviver, não será processado. O problema é que Bolsonaro volta a insistir no seguinte texto que atropela a legalidade: o policial fica isento de punição se matar “em vista de temor fundado de risco grave e iminente”, ainda que não esteja sendo alvo do agressor. O que é essa abstração de “temor fundado de risco grave e iminente”? Resposta: licença para matar quando quiser.
A interferência do presidente
Em 2019, em seu pacote anticrime, o então ministro da Justiça e hoje pré-candidato à Presidência da República, Sergio Moro, viu Bolsonaro se intrometer em seu projeto e nele colocar a ampliação do conceito de “excludente de ilicitude”. A proposta naufragou na Câmara dos Deputados.
SOCIEDADE
O mordomo, a família real e Boris Johnson
Em meio às notícias sobre a Ucrânia, os ingleses querem informações diferentes para respirar. Adoraram duas delas: Revelação do ex-mordomo da realeza, Paul Burrel: a rainha Elizabeth (foto) ama lavar louças. Quanto mais, melhor – ela usa detergente de 500 ml (padrão no Brasil), comprado a R$ 96,26. Lava com capricho. A dama de companhia enxuga. A Scotland Yard multou vinte pessoas que estiveram na festança que o premiê Boris Johnson (foto) deu em seu gabinete em Downing Street quando o país estava em lock dowm no auge da pandemia. Até quarta-feira 30 não foi divulgado se ele está na lista dos punidos. Nem o valor da multa.
Oscar
Will Smith se desculpa por tapa, mas será punido
O tapa que o ator Will Smith deu em Chris Rock na cerimônia do Oscar durou apenas um segundo, mas sua repercussão deve se prolongar por um bom tempo. O ator agrediu o comediante após uma piada com o cabelo raspado da esposa de Smith, Jada, que sofre de alopecia. Pouco depois, ele recebeu o Oscar por King Richards: Criando Campeãs. Smith pediu desculpas a Chris Rock pelas redes sociais, mas não foi o suficiente. A Academia iniciou um processo disciplinar contra o ator, que será julgado na próxima reunião do conselho, em 18 de abril: “condenamos as ações do Sr. Smith e as consequências serão tomadas de acordo com nosso estatuto e a lei da Califórnia”, diz o comunicado. Smith chegou a ser convidado a deixar a cerimônia, mas se recusou. O estatuto da organização prevê punição por “contato físico inadequado, comportamento abusivo ou ameaçador e comprometimento da integridade da Academia”. A revogação do Oscar, porém, está descartada. Segundo a polícia de Los Angeles, Chris Rock não quis prestar queixa. O comediante falou pela primeira vez sobre o incidente em um show em Boston: “Não tenho muito o que dizer, ainda estou processando o que aconteceu. Em algum momento vou falar sobre isso”. Apesar da piada de mau gosto por envolver uma doença, a agressão também merece reprovação.
SAÚDE
Ator Bruce Willis é diagnosticado com afasia
O ator Bruce Willis, 67 anos, foi diagnosticado com afasia – enfermidade que compromete a fala, a escrita e a expressão das emoções. Sua carreira será interrompida para tratamento. A notícia foi revelada conjuntamente por sua atual mulher, Emma Heming, e pela ex-esposa Demi Moore. Bruce Willis teve as habilidades cognitivas afetadas e sua condição neurológica o impossibilita de estabelecer qualquer tipo de comunicação de forma adequada. A afasia não é uma doença em si, mas decorre de algum problema de saúde crônico: diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral hemorrágico ou isquêmico. Não foi revelada a causa que o levou à afasia.
