Em transição, Fórmula 1 inicia temporada de 2021

Por conta pandemia de covid-19, a Fórmula 1 adiou para o próximo ano a apresentação de novidades tecnológicas, mas não será por isso que será menos agitada a temporada de 2021, que começa neste domingo, com o Grande Prêmio do Bahrein, tendo como favoritos ao título o piloto inglês Lewis Hamilton e sua equipe Mercedes.

Diante das mudanças radicais que prometem mais igualdade esportiva, a Mercedes mantém o rótulo de grande favorita, como todos os anos desde 2014. Apenas Red Bull e Max Verstappen parecem capazes de ameaçar a hegemonia da marca alemã em uma temporada com 23 grandes prêmios previstos, uma verdadeira maratona.

– Hamilton luta pelo 8º título –

Será que o britânico Lewis Hamilton, aos 36, será capaz de se tornar o primeiro piloto da história com oito títulos? A principal atração da temporada, Hamilton, que igualou o recorde de sete campeonatos de Michael Schumacher em 2020, pode superar a lenda alemã, cujo filho Mick fará sua estreia na Fórmula 1 aos 22 anos.

Depois de assinar um novo contrato por apenas mais um ano, o atual campeão poderá escolher em alguns meses: continuar descobrindo os novos carros que devem revitalizar a principal categoria do automobilismo mundial ou se aposentar no topo do carreira.

Com o mesmo carro, seu companheiro de equipe Valtteri Bottas, vice-campeão nas duas últimas temporadas, é o mais indicado para vencê-lo e acredita “absolutamente” em sua estrela da sorte, apesar do fato de Lewis ter derrotado o piloto finlandês sistematicamente nos quatro anos em que dividem o mesmo box.

– Ameaça de Verstappen –

Terceiro colocado em 2019 e 2020, o holandês Max Verstappen continuará sendo a principal alternativa ao domínio da Mercedes. Mas muitas dúvidas giram em torno do que será capaz de fazer nesta temporada o vencedor de duas corridas no ano passado, uma delas a última etapa, em Abu Dhabi, e dono do melhor tempo nos treinos de pré-temporada.

O mais jovem piloto a participar de um Grande Prêmio (aos 17 anos e 5 meses em 2015) e o mais jovem a vencer uma corrida (aos 18 anos e 7 meses em 2016), Verstappen, de 23 anos, não será mais capaz de alcançar o recorde de campeão mais jovem da história, que pertence a Sebastian Vettel (23 anos e 4 meses em 2010).

– ‘Mercado’ agitado –

Aos 33 anos, Vettel trocou a Ferrari pela Aston Martin (ex-Racing Point). Tetracampeão com a Red Bull (2010-2013), ele não conseguiu levar a equipe italiana (2015-2020) ao primeiro nível ou aumentar seu recorde pessoal. Mas existem dúvidas se ele conseguiria ser competitivo com Aston Martin que retorna à F1 após uma ausência de 61 anos.

É uma das questões deixadas por um ‘mercado’ muito agitado. Sem falar de Fernando Alonso, que aos 39 anos está voltando à Alpine (novo nome da Renault) depois de dois anos longe da modalidade, o grid passou por muitas mudanças e várias equipes lutam pelo pódio.

Já Carlos Sainz chega à Ferrari no momento em que a equipe de maior sucesso da Fórmula 1 teve sua pior temporada em 30 anos (6ª). O piloto espanhol e seu novo parceiro Charles Leclerc esperam que a lendária marca, com um novo motor, tenha resolvido seus problemas.

Se não imagina como será seu futuro na Ferrari, Sainz já sabe o que perdeu: a McLaren, sua ex-equipe, está em evolução e terminou em 3º lugar em 2020, resultado inédito desde 2012. O australiano Daniel Ricciardo, seu substituto que vem da Renault, pode aproveitar essas melhorias na equipe britânica.

Após sua primeira vitória na Fórmula 1 em Sakhir no final de 2020 com a Racing Point, o mexicano Sergio Pérez assinou com a Red Bull. Agora, o piloto de 31 anos está com um carro que luta pelo título, mas terá que ser capaz de primeiro rivalizar com seu próprio companheiro de equipe, Verstappen.

– Limite de orçamento, futura revolução –

Este ano entra em vigor um limite de investimento de 120 milhões de euros por ano (cerca de 143 milhões de dólares). Embora esta medida ajude a reduzir as diferenças entre as diferentes equipes, seus efeitos não serão imediatamente perceptíveis. Mas a medida anuncia uma reformulação total dos carros.

Prevista para 2021, mas adiada para 2022 como resultado da pandemia, essa revolução visa redistribuir as cartas e acabar com a soberania de poucas equipes.

Enquanto isso, os carros serão essencialmente os mesmos de 2020, com pequenas mudanças para desgastar menos pneus, que sofreram muito durante o ano.

ole/mcd/pm/lca

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