Em seu testamento, o Papa Francisco pediu simplicidade no sepultamento e deixou o desejo de ser enterrado na Basílica Santa Maria Maggiore. O documento foi publicado na tarde desta segunda-feira, 21.
Francisco morreu nesta madrugada em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma insuficiência cardíaca. O sepultamento deve acontecer até quinta-feira, 24.
No documento, o Santo Padre pediu um túmulo simples, em terra e sem decoração. Ele deve ser enterrado em um caixão de madeira simples, como era seu desejo.
“O túmulo deve estar na terra; simples, sem decoração particular e com a única inscrição: Franciscus”, disse Francisco.
O documento foi escrito em 2022, logo após a morte do Papa Emérito Bento XVI. Com o testamento, Francisco quebra a tradição milenar do catolicismo em enterrar os Papas na Basílica de São Pedro.
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“Em nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que o fim da minha vida terrena se aproxima e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade somente quanto ao local do meu sepultamento.
Sempre confiei minha vida e meu ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais descansem aguardando o dia da ressurreição na Basílica Papal de Santa Maria Maggiore.
Desejo que a minha última viagem terrena termine precisamente neste antigo santuário mariano, onde ia rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, para confiar com confiança as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe o seu dócil e maternal cuidado.
Peço que meu túmulo seja preparado no nicho da nave lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da mencionada Basílica Papal, conforme indicado no documento anexo.
O túmulo deve estar na terra; simples, sem decoração particular e com a única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação do meu sepultamento serão cobertas pela quantia do benfeitor que providenciei, para ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maggiore e sobre a qual dei instruções oportunas a Mons. Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Libérico.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuarão a orar por mim. Ofereci ao Senhor o sofrimento que se fez presente na última parte da minha vida pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022“