ROMA, 2 FEV (ANSA) – O Conselho de Ministros da Itália aprovou hoje (2) o terceiro decreto que destina recursos para a reconstrução das áreas atingidas por terremotos, apesar da preocupação e das críticas da União Europeia (UE) sobre a capacidade do país de honrar suas contas públicas. Os outros decretos foram assinados logo após os terremotos de agosto e de novembro do ano passado, os quais atingiram a zona central da Itália e destruíram cidades inteiras, como Amatrice. No dia 18 de janeiro, uma outra série de tremores de terra sacudiua mesma zona, atingindo as regiões de Abruzzo, Lazio e Marche, e provocando uma avalanche que soterrou o Hotel Rigopiano e matou 29 pessoas. “Acredito que a Itália não se esquecerá deste golpe que atingiu uma parte muito relevante do nosso território. A Itália deve reagir com decisão, com a objetividade de colocar em vigor todas as normas e iniciativas necessárias para acelerar a reconstrução e as medidas de emergência”, disse o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni. “É preciso que o país inteiro, partindo do governo, das instituições territoriais atingidas, o Parlamento, a União Europeia, todos tenham consciência da importância e da gravidade disto”, argumentou o premier. A declaração de Gentiloni vem em um momento em que o governo italiano e a União Europeia trocam farpas novamente sobre as contas públicas. A UE teme que Roma aumente seus déficits porque terá que destinar recursos extras para as emergências causadas pelos terremotos. “Temos recursos previstos na Lei Orçamentaária e estamos colocando em vigor outras medidas com este decreto. Já antecipamos em uma carta enviada ontem a Bruxelas a necessidade de mais recursos, pelo menos 1 bilhão de euros para os próximos meses. Mas não podemos esperar. Vamos decidir sozinhos e assumir nossas responsabildiades”, disse Gentiloni.
O premier não citou os valores exatos presentes no novo decreto, mas falou em “diversas centenas de milhões”. “Não temos uma conta exata do montante, mas são muito consistentes, de diversas centenas de milhões”. Moradores das principais aéreas atingidas se reuniram em Roma para um protesto diante da Praça Montecitorio para exigir rapidez nas medidas de reconstrução. “Há três meses, vivo como hóspede do meu irmão. Não posso continuar assim”, disse o italiano Fulvio Santoni, de Macerata. Muitos italianos relatam dificuldades em viver em zonas destruídas durante o inverno europeu, com temperaturas que podem chegar abaixo de zero. (ANSA)