Eu sei, pode parecer esquisito no Brasil de hoje, mas tenho a estranha mania de não torcer por políticos, muito menos idolatrar quaisquer deles. Aliás, outro dia, eu fiz umas “contas de padeiro” e cheguei à seguinte conclusão: eu tenho birra de 99.99% dos políticos do País.

Parece muito? Bem, se levarmos em conta os eleitos e não eleitos (mas em constante atuação), são cerca de 400 mil brasileiros dispostos a servir, ou servir-se, do cidadão. Sobram, portanto, cerca de 50 políticos para eu gostar. Acho que não consigo chegar a 30.

Não tenho espectro político, estou me lixando para rótulos e desdenho dos partidos. Meu interesse resume-se à atuação parlamentar – ou executiva – dos eleitos para mandatos proporcionais e majoritários. Cumpro com gosto o papel de fiscalizador desse pessoal.

Na Câmara Municipal de Belo Horizonte (onde vivo) consigo gostar de Fernanda Altoé (Novo) e Bruno Miranda (PDT). Por quê? Bem, porque são ótimos vereadores. Se esquerda ou direita, liberal ou progressista, a mim pouco importa, desde que trabalhem bem.

No Congresso Nacional consigo gostar de Kim Kataguiri e Tabata Amaral, francamente contrários politicamente. Por quê? Ora, porque são ótimos deputados, ainda que com qualidades e defeitos próprios a seus valores e propósitos. Nada mais normal.

E é sobre a jovem a deputada o motivo desta coluna. Uma iniciativa muito legal, sobretudo em tempos de orçamento secreto, está no ar e merece ser lembrada: o Edital Especial de Emendas Parlamentares. Enquanto alguns defendem minorias, outros trabalham em prol.

Nikolas Ferreira, animador de auditório travestido de deputado bolsonarista, por exemplo, tem como pauta a discriminação de homossexuais, transsexuais, obesos e todos que não se enquadram no perfil branco, hetero e cristão. Propostas úteis à sociedade? Nenhuma.

Já o Edital da Tabata fala em: “Aceitamos projetos nas áreas de educação, impacto social, ações afirmativas (raça, gênero e sexualidade), saúde e meio ambiente”. Percebem a diferença de objetivos? Percebem a importância de se votar adequadamente?

Os projetos recebidos passarão por análise técnica e participarão de processo de votação popular, para que os vencedores sejam escolhidos. Lado oposto, um certo Eduardo Bolsonaro, Dudu Bananinha para os íntimos, defende “contrabando de joias” da família.

Fica aqui, portanto, a dica: entrem no site www.emendastabata.com.br e participem, pois o mandato de um parlamentar é de vocês. É nosso! Nós os colocamos em seus cargos, e se queremos uma cidade, um estado e um país melhores, temos de participar.

“Ah, Ricardo é comunista, esquerdista, abortista, maconheiro…”. Sério? Um “google” em “kertzman+lula+pt” irá mostrar o quanto sou “canhoteiro”, hehe. Entendam: não preciso ser de esquerda para admirar uma deputada de… esquerda! E sim, admiro e elogio essa moça com enorme satisfação. Ela merece.