Fechados desde outubro de 2017 por causa da morte de macacos com suspeita de febre amarela, os Parques Estaduais Horto Florestal, da Cantareira e Ecológico do Tietê, na capital paulista, deverão ser reabertos para visitação neste mês. O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou à reportagem que a população que vive nas redondezas já foi vacinada e avisos foram instalados nos parques.

“Vamos abrir com todas as recomendações. Pessoas que desejam visitar a área devem estar vacinadas”, contou. Boulos disse que o fechamento foi feito como uma precaução. Outros 23 parques – todos municipais – continuam fechados na cidade.

A morte de macacos é considerada como sinalizador de que o vírus da febre amarela está em circulação. “Quando você encontra um caso em macaco, não significa que você vai ter casos em humanos a curto prazo. Mas é preciso adotar medidas preventivas.” O ciclo inicial da doença ocorre no primeiro momento na copa das árvores. “Os mosquitos somente se deslocam para áreas mais baixas quando há uma escassez de macacos”, completou.

Ao contrário do que ocorre tradicionalmente, a circulação do vírus de febre amarela ocorreu de forma ininterrupta no ano passado. Historicamente, entre meses de junho e setembro há uma redução da circulação do vírus, por causa das baixas temperaturas e redução das chuvas. Não foi o que ocorreu em 2017, ano que entrou para a história como o de maior número de casos da doença entre humanos. “Identificamos a continuidade da doença. Em epidemias anteriores, os ciclos eram definidos, com aumento de casos em animais e posterior redução”, disse Boulos.

Casos

Dados do Ministério da Saúde mostram que o Estado de São Paulo registrou desde julho 844 notificações de epizootias (morte de macacos). Destas, 430 continuam em investigação e 120 foram confirmadas. Diante do grande número de mortes de macacos, São Paulo manteve o esforço para continuar a vacinação contra febre amarela, mesmo com o fim da decretação da epidemia no ano passado. Boulos diz não haver ainda explicação para a mudança do comportamento da doença no Estado. De acordo com ele, especialistas sabiam que isso ocorreria um dia. “Mas não sabemos por que isso ocorreu agora.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.