O Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, encontra-se com funcionamento normal nesta quarta-feira, 10. O espaço foi fechado na tarde de segunda-feira, 8, após as fortes chuvas que atingiram a cidade. No dia, uma estrutura metálica usada para a manutenção da marquise do parque caiu e deixou quatro feridos. Após amanhecer fechado na terça-feira, 9, o local foi reaberto no período da tarde.

Por meio de nota, a Urbia, responsável pela administração do parque, disse que equipes operacionais retiraram todas as árvores caídas que obstruíam acessos dos frequentadores. “Um trabalho intensivo será mantido ao longo dos próximos dias com o recolhimento dos resíduos, assegurando a segurança e bem-estar dos visitantes.”

Na terça-feira, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), disse que lamentava o ocorrido no Parque do Ibirapuera, em razão das fortes chuvas, e acompanha o caso junto com a Urbia.

Marquise segue interditada

Batizada de Marquise José Ermírio de Moraes desde fevereiro de 2019, a Marquise do Ibirapuera tem trechos interditados por risco de desabamento e, em dezembro de 2020, foi totalmente isolada do acesso público após uma decisão judicial. Mas há aproximadamente 15 anos são relatados problemas estruturais no espaço – em 2017, uma parte do teto caiu quando patinadores e skatistas estavam no local.

Na vistoria feita na marquise em 2019, técnicos já haviam constatado que havia “danos na impermeabilização, infiltrações, pontos de segregação do concreto e corrosão da armadura”. Naquele mesmo ano, o parque foi concedido à iniciativa privada, mas a reforma do espaço ficou de fora do contrato de concessão.

O entendimento era de que os problemas eram anteriores à concessão e, por isso, deveriam ser resolvidos pela gestão municipal. A Prefeitura contratou, em 2021, um Projeto Básico de Restauro da marquise, mas foi só em julho do ano passado, quatro anos após o início da interdição, que abriu edital de licitação para a contratação da empresa ou consórcio que faria o restauro.

No documento, a obra estava orçada em até R$ 71,5 milhões, com entrega prevista em 18 meses após a ordem de serviço, mas auditores do Tribunal de Contas do Município (TCM) apontaram a necessidade de aprimorar o edital para que o processo pudesse avançar.

Um mês após a abertura do edital, a Prefeitura suspendeu as inscrições. A gestão Ricardo Nunes (MDB) apresentou uma alternativa à mesa técnica do TCM em que a responsabilidade da reforma passaria a ser da concessionária que administra o parque, a Urbia Parques, mediante um aditivo no contrato.

“Para além da licitação em si, pura e simplesmente, há aqui também, por parte da secretaria, o pedido de estudo da possibilidade de que a gente adote uma forma de contratação, que seja incorporar o concessionário neste contrato, para que a obra seja feita de forma mais rápida, mais segura e com uma gestão mais centralizada dessa obra”, disse o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ravena em reunião com o TCM vereadores em agosto.

Colaborou Giovanna Castro