Por dois Chicos, nasceu Casa. O terceiro disco de Gisele De Santi, cantora gaúcha com formação erudita que já coleciona prêmios de intérprete, revelação e compositora no Açorianos, foi gestado enquanto Francisco, filho dela que hoje tem mais de um ano de idade, era também gestado dentro dela. Da dupla gestação, veio ao mundo o álbum apresentado no show de lançamento realizado no Sesc Pompeia, nesta quinta, 8.

Enquanto Chico brincava próximo à cantora, com a avó, Gisele explicava que estava grávida de “cinco ou seis meses” quando decidiu que gravaria o terceiro álbum. O formato introspectivo, com a voz dela, o piano de Luiz Mauro Filho e as cordas de Vagner Cunha, surgiu já quando a cantora conheceu o último, em 2010. Ele, que assina os arranjos e a produção do disco, havia sugerido a ela um álbum com esse formato. “Era uma proposta de fazer algo cru, camerístico. Nu, sem guitarras”, ela explica. “Era uma ideia ousada para mim. Achei que esse formato viria a calhar neste momento. Algo mais reflexivo, introspectivo. Queria algo que agradasse a mim e ao Chico.”

O outro Chico do início desse texto é o mais famoso da música brasileira, Francisco Buarque de Hollanda. Foi inspirada em Você, Você, uma parceria de Chico com Guimba, que nasceu Casa, a canção. Nela, Gisele canta como se olhasse através dos olhos do filho que, na época da sua composição, era um embrião de quatro meses de idade. Você, Você também foi reinterpretada no disco.

Casa, o álbum, não é sobre maternidade. Ele discorre suavemente a respeito do estado de espírito no qual avalia-se a si mesmo. Em quando se olha para dentro de si, há sombra e luz. “Maternidade não é só estar radiante”, ela analisa. “O mesmo acontece com os filhos. E é importante ensiná-los sobre a existência de outros sentimentos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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