Após a surpresa com o IPCA – índice de inflação oficial – de agosto (0,23%), as expectativas inflacionárias retomaram a trajetória de baixa no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, – usado como base nos modelos de inflação do Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado se reúne amanhã e na quarta.

A projeção para a inflação oficial em 2023 cedeu de 4,93% para 4,86%. Um mês antes, a mediana era de 4,90%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção baixou de 3,89% para 3,86%, mesma mediana de um mês atrás.

Considerando somente as 129 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,93% para 4,84%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,82% para 3,83%, considerando também 129 atualizações no período.

Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50%, repetindo a mediana de quatro semanas antes. No horizonte mais longo, de 2026, também houve manutenção da estimativa em 3,50%, como há um mês.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, apesar da baixa de hoje, a mediana supera o teto da meta (4,75%) e indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o BC divulgou projeção de 3,4% para o IPCA de 2024, a mesma da reunião anterior. Para 2025, ficou em 3,0% no modelo, que considerava um primeiro corte de 0,25pp, de 3,1% em junho. Para 2023, a projeção é de 4,9%.