ROMA, 30 SET (ANSA) – O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se reuniu nesta quarta-feira (30) com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e com o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, e voltou a fazer ataques contra a China – um dos principais parceiros econômicos dos italianos.   

“O Partido Comunista Chinês está buscando explorar a própria presença na Itália com objetivos estratégicos e não estão aqui para fazer parcerias sinceras”, disse Pompeo na entrevista coletiva após a reunião com Di Maio.   

Desde que chegou ao país, o norte-americano vem atacando os chineses tanto com membros do governo italiano como em um evento do Vaticano. Pompeo se reúne com seu homólogo da cidade-Estado, cardeal Pietro Parolin nesta quinta-feira (1º/10).   

A postura de Pompeo entra na campanha presidencial de Donald Trump, que busca a reeleição, em um movimento inédito da Secretaria de Estado norte-americana, que sempre se abstém do trabalho eleitoral por considerar que serve ao país, não ao presidente.   

Di Maio, por sua vez, foi mais político e não citou diretamente os chineses. Mas, ressaltou a postura do governo de estar aberto a conversar com todos.   

“A mensagem é clara. A Itália está solidamente ancorada aos EUA e à União Europeia no que nos une nos interesses e valores comuns da Otan e das democracias. Para a Itália, há aliados, interlocutores e parceiros econômicos. Um país como o nosso é aberto as possibilidades de investimento, mas nunca fora dos limites”, disse o chanceler italiano.   

Di Maio também falou sobre outros assuntos abordados durante a reunião, como a questão da crise na Líbia, e ressaltou que “conta muitíssimo com a influência norte-americana para pressionar os interlocutores líbios e os atores internacionais para evitar eventuais sabotagens” ao processo de tentativa de estabilidade política no país que vive em guerra desde 2011.   

Os dois políticos também debateram sobre um caso emblemático para os italianos, a prisão e condenação à perpétua do ex-surfista e produtor de filmes Chico Forti. Ele foi condenado por assassinato na Flórida em 2000, mas os defensores alegam que houve claras violações no processo – como ele ser ouvido sem a presença de um advogado e sem a notificação da Embaixada.   

“Agradeço a Pompeo pela atenção dedicada a Chico Forti, um caso que está muito em nosso coração e pelo qual a Itália continuará a lutar sem descanso”, acrescentou.   

– Reunião com Conte: Antes de Di Maio, Pompeo se reuniu com o premier Giuseppe Conte, em encontro que durou cerca de uma hora.   

Em uma sucinta nota, o Palazzo Chigi informou que os dois debateram “a colaboração bilateral e internacional no combate à Covid-19, a crise no Mediterrâneo e a relação com a China”.   

Por sua vez, Pompeo usou a coletiva com Di Maio para dizer que discutiu com Conte diversos temas relacionados aos chineses.   

“Na minha discussão com Giuseppe Conte, eu pedi para ele prestar atenção nas questões de privacidade dos seus cidadãos pela rede 5G”, destacou.   

O governo de Trump está em uma “guerra” contra a China em diversos campos e, na economia, o 5G é o principal deles. Com a interferência de Washington, o Reino Unido excluiu a gigante chinesa Huawei de um leilão sobre o tema e o governo vem pressionando outros países a fazerem o mesmo. (ANSA).