Eleitores venezuelanos aprovaram em sua esmagadora maioria, em um referendo no último domingo (3), a incorporação da região disputada de Essequibo, reivindicada por Caracas mas pertencente à Guiana. Segundo a autoridade eleitoral local, mais de 95% dos eleitores aprovaram as cinco questões elaboradas pelo governo.
Maduro fez uma transmissão ao vivo na qual discursa após a divulgação do resultado. Na descrição do vídeo, escreveu: “Celebração da grande vitória do povo da Venezuela no referendo consultivo pela defesa da nossa Guiana Essequiba.”
Na sexta-feira (30), a Corte Internacional de Justiça, em Haia, expediu uma decisão sobre um pedido feito pela Guiana que solicitava que a corte impedisse a realização do referendo. A corte não se manifestou sobre o referendo, mas disse, em sentença, que a Venezuela não poderia tomar nenhuma medida que modificasse “a situação que atualmente prevalece no território em disputa”.
O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse que muitos guianenses viram o referendo com suspeita. Ele afirmou que “não há nada a temer nas próximas horas, dias e meses”.
A província de Essequibo, um território rico em hidrocarbonetos maior que a Grécia, pertence à Guiana, embora seja reivindicado pela Venezuela desde 1841. Não está claro como as autoridades venezuelanas pretendem implementar a anexação do território. A região representa 70% do atual território da Guiana e lá moram 125 mil pessoas.
Na Venezuela, a área é chamada de Guiana Essequiba. É um local de mata densa e, em 2015, foi descoberto petróleo na região. Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é “offshore”, ou seja, no mar, perto de Essequibo. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.