A primeira decisão do Santos para seguir vivo na Copa Libertadores ocorrerá nesta segunda-feira, ainda que fora dos gramados. No Paraguai, o clube será julgado na sede da Conmebol, no período da tarde, em função da escalação de Carlos Sánchez no duelo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores contra o Independiente, na última terça-feira, na Argentina.

Em caso de punição, a tendência é de que a Conmebol imponha o placar de 3 a 0 para o Independiente. Isso forçaria o Santos o a conquistar um triunfo por quatro gols de diferença no duelo de terça-feira, no Pacaembu, para o qual a torcida do clube já esgotou os ingressos.

A partida, realizada em Avellandeda, terminou empatada em 0 a 0, mas a Conmebol abriu ação disciplinar para investigar o caso de Sánchez, recém-contratado pelo Santos e que havia sido expulso em sua última partida em um torneio sul-americano de clubes antes do confronto de terça, ainda pelo River Plate, em 2015. Ele teria jogos de suspensão a cumprir, mesmo após a anistia promovida pela Conmebol em 2016, quando reduziu pela metade a pena em vigor aos jogadores em competições continentais.

A suspeita é de que Sánchez havia sido punido com três jogos de suspensão, o que o impossibilitaria de encarar o Independiente. O Santos, por sua vez, garante que o sistema eletrônico da Conmebol classificava o uruguaio como apto a entrar em campo na terça.

O Santos, que contratou o advogado Mário Bittencourt para defendê-lo, pede que o jogador cumpra o suposto jogo restante de suspensão no confronto de volta diante do Independiente pelas oitavas de final da Libertadores e cita um precedente envolvendo o River Plate.

O volante Bruno Zuculini atuou de forma irregular em todas as sete partidas do clube argentino nesta Libertadores, graças a uma punição sofrida ainda em 2013, quando atuava pelo Racing, da qual sobravam dois jogos restantes a serem cumpridos no torneio deste ano.

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Sem ter conhecimento da situação de seu jogador, o River consultou a Conmebol e ouviu que Zuculini estava apto a jogar. A entidade alegou “erro administrativo”, liberou o clube argentino de qualquer punição e ordenou que o atleta cumpra as partidas restantes na sequência do torneio. E é exatamente este tratamento que o Santos espera da confederação em seu caso.

Apesar desse argumento, o Santos defende que escalou Sánchez de forma regular. O clube alega que o sistema eletrônico da Conmebol, bem como as informações passadas pela Fifa e pelo Monterrey, time anterior do volante, davam conta de que o jogador poderia estar em campo.

O que também pode atrapalhar o Santos nesse julgamento desta segunda-feira é o fator político, pois a CBF ficou com a imagem arranhada na Conmebol após Coronel Nunes romper acordo envolvendo as confederações nacionais e votar no Marrocos no processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2026 – Estados Unidos, Canadá e México foram eleitos para receber o evento com apoio dos outros países sul-americanos.


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