Passar pela Avenida Morumbi às 12h desta terça-feira, 22, foi complicado. Havia uma grande aglomeração de carros, desde os mais simples até os oficiais, na região de uma churrascaria na Zona Sul de São Paulo.

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O motivo era uma novidade na campanha eleitoral deste ano: Jair Bolsonaro (PL) participaria da primeira agenda pública com Ricardo Nunes (MDB) desde o início da campanha eleitoral. O evento com empresários foi promovido pela Confraria CAVES, sob a presidência de Fausi Hamuche.

Logo na entrada, aliados de Guilherme Boulos (PSOL) protestaram contra Bolsonaro e Nunes. Além de entoarem frases provocativas ao ex-presidente, eles estenderam uma faixa com os dizeres “SP não quer Bolsonaro”.

Quando Nunes, Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) chegaram – vindos do Palácio dos Bandeirantes – os manifestantes já não estavam mais no local. O trio seguiu para um palco montado para os pronunciamentos.

Nunes ficou no centro, ao lado de Bolsonaro, que estava ao lado de Tarcísio. O ex-presidente Michel Temer (MDB), vereadoras eleitas, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o presidente do MDB, Baleia Rossi, também subiram ao palco.

Em seu discurso, Bolsonaro foi mais tímido do que o esperado. Declarou voto em Nunes, citou o fim da dívida sobre o Aeroporto Campo de Marte e encerrou seu pronunciamento afirmando: “Em São Paulo, sou 15”, em referência ao número do partido do candidato à reeleição.

A fala foi mais para “cumprir tabela” do que realmente um apoio enfático. No primeiro turno, Bolsonaro ficou invisível na campanha e não demonstrou vontade de participar ativamente, enquanto Nunes fez questão de manter o ex-presidente em “banho-maria”.

O prefeito também moderou em sua fala, mas teve um tom mais “carinhoso” com Bolsonaro. Ele elogiou o governo e mencionou o mesmo caso do Campo de Marte, quando a prefeitura disponibilizou o aeroporto para abater as dívidas com a União.

Tarcísio, por sua vez, foi mais enérgico. Declarou apoio a Nunes e cobrou mais empenho na candidatura na última semana de campanha.

O mesmo fez Temer, que chegou a afirmar ter trocado uma viagem para votar.

Em seguida, todos participaram de um almoço regado a diversas carnes. À mesa, Nunes e Bolsonaro conversaram pouco. Temer nem ficou para o almoço.

Esse foi o primeiro compromisso do dia com Bolsonaro. À noite, ambos devem ir a um culto evangélico na Igreja Sara Nossa Terra.