Carlos Henrique Oliveira de Souza, diretor-executivo da Polícia Federal, relatou em novo depoimento, nesta terça-feira (19,) que o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandra Ramagem, já considerava trocar o comando da superintendência da PF no Rio de Janeiro antes da nomeação para a corporação, conforme apuração da Folha de S. Paulo.

A chefia da órgão no Rio de Janeiro faz parte da investigação que analise se houve ou não interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas atividades da corporação.

Após prestar esclarecimentos na última semana, Carlos pediu para ser ouvido novamente. Ao ser questionado anteriormente, Oliveira contou que não foi sondado por qualquer nome cotado para a diretoria-geral da PF.

No entanto, o diretor mudou sua versão nesta terça-feira e disse que foi procurado por Ramagem no último dua 27 de abril.

A nomeação de Ramagem foi barrada no dia seguinte por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, Carlos contou que no segundo semestre de 2019 Ramagem o chamou para uma reunião com o presidente da República. Oliveira comandava a PF em Pernambuco e era cogitado para assumir o cargo no Rio de Janeiro.

Não participaram do encontro o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, muito menos o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

Oliveira também respondeu se Bolsonaro em algum momento falou sobre investigações no Rio. O diretor negou e ainda citou que o presidente não citou um assunto em especial para realização do encontro.