Uma nova Assembleia Geral Extraordinária – a segunda em duas semanas – deve definir nesta quarta-feira uma maior participação de atletas nas principais decisões do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Após manobra que anulou o voto da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) no encontro do dia 22 do mês passado, que causou revolta na confederação e em entidades ligadas a atletas, o comitê convocou nova reunião e a tendência é pela aprovação do plano original, que dará 12 votos a atletas olímpicos nas próximas assembleias do COB.

Com a repercussão negativa da primeira decisão, algumas confederações prometeram rever os votos contrários dados naquela assembleia. A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), por exemplo, anunciou oficialmente que vai votar por 12 atletas. A de canoagem (CBCa) também promete mudar o seu voto. A de wrestling (CBW) deverá ir pelo mesmo caminho, mas, para isso, o presidente da confederação, Pedro Gama Filho, vai cobrar dos atletas da modalidade uma maior participação em comissões.

A confirmação do voto da CBRu, somada à mudança de lado de outras confederações, seria suficiente para dar as 12 cadeiras aos atletas. A alteração seria significativa. Até o mês passado, eles tinham direito a apenas um voto em um universo de cerca de 35.

“A CBRu está satisfeita com a decisão do COB de fazer uma nova votação a respeito do número de atletas participantes nas decisões assembleares da entidade. O voto inicial da CBRu, a favor da participação proporcional de 1/3 de representantes de atletas nas decisões, será mantido, pois entendemos que o momento do esporte brasileiro é de transformação e de maior participação de todos”, disse a entidade.

A proposta, aliás, tinha tudo para ser aprovada na primeira assembleia. Em tratativas com a comissão que elaborou o novo estatuto do COB, representantes dos atletas haviam conseguido a promessa de que o número passaria a ser de 12, o que representa um terço do total de confederações que compõem a assembleia deliberativa.

Ao mesmo tempo em que tenta contornar essa crise, o COB se vê diante de pressões vindas de 10 dos principais clubes olímpicos do País. Eles divulgaram nota na última segunda-feira em que pedem que as duas cadeiras destinadas a “membros independentes” nos novos conselhos criados pelo comitê sejam destinadas a representantes desses clubes.