Marqueteiro do presidente Michel Temer, o publicitário Elsinho Mouco divulgou nota nesta sexta-feira, 19, para explicar a sua relação com os executivos do grupo JBS. Segundo ele, sua relação com o grupo começou em 2010, quando foi procurado para desenvolver trabalho de marketing político para a pré-candidatura ao governo de Goiás de um de seus sócios, Júnior Batista, irmão de Joesley.

“Em 2014, fui novamente contratado com o mesmo objetivo, mas, pela segunda vez, Junior desistiu da candidatura. Em ambas as ocasiões as notas fiscais foram emitidas normalmente”, diz.

De acordo com o site O Antagonista, Elsinho teria recebido R$ 3 milhões em propina da JBS na campanha de 2010. O site diz ainda que em 2012, Temer pediu mais R$ 3 milhões para a campanha de Gabriel Chalita, cujo marqueteiro seria também Elsinho. E, em 2016, o dono da JBS teria dado R$ 300 mil em espécie ao marqueteiro para que ele organizasse a defesa de Temer na internet.

Elsinho diz que, em 2012, não foi o responsável pelo marketing político da campanha de Chalita à prefeitura de São Paulo. “Não tive contrato nem contato algum com a família Batista, da JBS”. Segundo ele, em meados de 2016 recebeu um convite de Joesley para ir à sua casa para tratar de comunicação digital. “Chegando lá, me reuni com ele, com seu pai, José Batista, e seu irmão Wesley. Discutimos o momento político do País e as possibilidades de Júnior Batista se candidatar”, explica. “Depois desta introdução, comentei que vinha auxiliando o então vice-presidente Michel Temer com um trabalho de defesa digital. Joesley mostrou-se interessado em ajudar, bem como contratar o mesmo serviço para o seu grupo. Isto pode ser confirmado pela troca de mensagens que mantivemos posteriormente”, afirma o marqueteiro.

Por fim, em sua nota, Elsinho explica que recentemente, “no auge da crise provocada pela operação Carne Fraca”, recebeu uma mensagem de Joesley. O empresário queria saber sobre sua disponibilidade para fazer novamente a defesa digital da JBS. “Foi o último contato que tivemos”, finaliza o marqueteiro.

Leia a nota na íntegra:

“1- Eu possuo relação com o grupo JBS desde 2010, quando fui procurado para desenvolver trabalho de marketing político para a pre-candidatura ao governo de Goiás de um de seus sócios, Júnior Batista. que vem a ser irmão de Joesley. Em 2014, fui novamente contratado com o mesmo objetivo, mas, pela segunda vez, Junior desistiu da candidatura. Em ambas as ocasiões as notas fiscais foram emitidas normalmente.

2- Em 2012, ao contrário do que foi mencionado, não fui o responsável pelo marketing político da campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. Não tive contrato nem contato algum com a família Batista, da JBS.

3- Com relação ao trabalho de comunicação digital mencionado pelo delator, em meados de 2016 recebi um convite de Joesley para ir à sua casa. Chegando lá, me reuni com ele, com seu pai José Batista e seu irmão Wesley. Discutimos o momento político do país e as possibilidades de Júnior Batista se candidatar. Depois desta introdução, comentei que vinha auxiliando o então vice-presidente Michel Temer com um trabalho de defesa digital. Joesley mostrou-se interessado em ajudar, bem como contratar o mesmo serviço para o seu Grupo. Isto pode ser confirmado pela troca de mensagens que mantivemos posteriormente.

4- Recentemente, no auge da crise provocada pela operação Carne Fraca, recebi uma mensagem de Joesley Batista me consultando quanto à minha disponibilidade de fazer novamente a defesa digital da JBS. Foi o último contato que tivemos.”